AUDIÊNCIA GERAL

Papa: não há nova humanidade sem novos homens, e só o Senhor os faz

Francisco recordou viagem a países da Ásia e da Oceania e partilhou aprendizados e experiências durante Audiência Geral desta quarta-feira, 18

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco recorda viagem à Ásia e Oceania durante Audiência Geral / Foto: REUTERS/Yara Nardi

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 18, o Papa Francisco falou sobre sua 45ª Viagem Apostólica. No início do mês, o Santo Padre visitou Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Singapura em uma jornada que durou 12 dias – a maior viagem de seu pontificado.

O Pontífice iniciou recordando que, em 1970, Paulo VI foi o primeiro Papa a viajar para a região, passando por Austrália, Filipinas, Ilhas Samoa e vários países asiáticos. “Uma viagem memorável”, disse Francisco, afirmando que também nisso tentou seguir o seu exemplo.

Uma primeira reflexão que surge após a visita, observou Francisco, é o eurocentrismo ao se pensar na Igreja. “Na realidade, a Igreja é muito maior, muito maior que Roma e Europa, muito maior! Também, ouso dizer, muito mais viva, nesses países!”, expressou.

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O Papa citou o exemplo da Indonésia, que tem 10% da população cristã, dos quais 3% é católico. Apesar disso, relatou encontrar uma Igreja viva, dinâmica, capaz de viver e transmitir o Evangelho em um país que tem uma cultura muito nobre, inclinada a harmonizar a diversidade e, ao mesmo tempo, tem a maior presença de muçulmanos no mundo.

“Naquele contexto”, prosseguiu o Pontífice, “tive a confirmação de como a compaixão é o caminho que os cristãos podem e devem percorrer para dar testemunho de Cristo Salvador e, ao mesmo tempo, encontrar as grandes tradições religiosas e culturais”. Ele apontou ainda que pôde testemunhar como “a fraternidade é o futuro, é a resposta à anticivilização, às tramas diabólicas do ódio e da guerra, também do sectarismo”.

O Espírito Santo é harmonia

Passando para Papua-Nova Guiné, o Santo Padre afirmou ter encontrado “a beleza de uma Igreja missionária em saída”. Ele destacou que são faladas mais de 800 línguas no arquipélago – um ambiente ideal para o Espírito Santo, que gosta de agir “na sinfonia das linguagens”.

“O que o Espírito Santo faz não é uniformidade, é sinfonia, é harmonia, é o patrono, é o chefe da harmonia”, sublinhou Francisco. “Alegrou-me o coração poder conviver um pouco com os missionários e os catequistas de hoje, e fiquei comovido ao ouvir os cânticos e as músicas dos jovens: neles vi um futuro novo, sem violências tribais, sem dependências, sem colonialismos econômicos ou ideológicos; um futuro de fraternidade e de cuidado com o maravilhoso ambiente natural”, acrescentou.

Segundo o Pontífice, Papua-Nova Guiné pode ser um “laboratório” deste modelo de desenvolvimento integral, animado pelo “fermento” do Evangelho. “Não há nova humanidade sem novos homens, e só o Senhor os faz”, reiterou.

Experiência em Timor-Leste e Singapura

A promoção humana e social da mensagem cristã também se destaca em Timor-Leste, pontuou o Papa. Na história do país, “a Igreja partilhou o processo de independência com todo o povo, orientando-o sempre para a paz e a reconciliação”, observou, e “isto não é uma ideologização da fé, não, é a fé que se torna cultura e ao mesmo tempo a ilumina, purifica, eleva”.

Por fim, ao recordar a última etapa de sua viagem, o Santo Padre destacou que Singapura é um país muito diferente dos outros três: uma cidade-estado muito moderna, centro econômico e financeiro da Ásia e de outros lugares. “Lá, os cristãos são uma minoria, mas ainda formam uma Igreja viva, empenhada em gerar harmonia e fraternidade entre as diferentes etnias, culturas e religiões”, salientou.

“Também na rica Singapura existem os ‘pequenos’, que seguem o Evangelho e se tornam sal e luz, testemunhas de uma esperança maior do que aquela que os ganhos económicos podem garantir”, completou.

Ao concluir sua reflexão, Francisco agradeceu aos povos que o acolheram com tanto carinho e amor, aos seus governantes que tanto ajudaram nesta visita e a todos aqueles que também colaboraram para isso. Por fim, também deu graças a Deus pelo dom desta viagem: “Deus abençoe os povos que conheci e os guie no caminho da paz e da fraternidade”, finalizou.

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