TESTEMUNHO

Na Audiência Geral, Papa saúda Cardeal Simoni, um “mártir vivo”

Espontaneamente, Francisco agradeceu e falou sobre testemunho de cardeal polonês preso pelo regime comunista na Albânia por 27 anos

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco e Cardeal Ernest Simoni / Foto: Vatican News

Durante a Audiência Geral desta quarta-feira, 14, o Papa Francisco destacou a presença de um “mártir vivo”. Ele se referiu ao Cardeal Ernest Simoni, de 95 anos, que esteve na Sala Paulo VI e foi elogiado pelo Pontífice diante dos fiéis.

Espontaneamente, o Santo Padre disse que todos leem e ouvem as histórias dos mártires. Contudo, pontuou que “ainda hoje há muitos mártires em todo o mundo, muitos, talvez mais do que no início”, e que “há muitos perseguidos por causa da fé”.

Diante disso, ele saudou “de forma especial” o cardeal, explicando aos fiéis presentes que Simoni, como padre, viveu 27 anos na prisão comunista da Albânia. “Talvez a perseguição mais cruel”, expressou Francisco, frisando que o purpurado continua a dar testemunho. “Agora com 95 anos, ele continua a trabalhar para a Igreja sem desanimar. Caro irmão, agradeço-lhe por seu testemunho”, completou.

História do padre Ernest

O padre Ernest foi preso na noite de Natal de 1963, em Barbullush, acusado de ser um “inimigo do povo” por causa da Missa de sufrágio celebrada pela alma do presidente estadunidense John F. Kennedy, assassinado um mês antes. Ele foi mantido em confinamento solitário, onde permaneceu por dezoito anos.

Durante este período, um amigo foi levado até o sacerdote com a tarefa de espioná-lo, e os outros companheiros receberam ordens de registrar a sua “fúria previsível” contra o regime. Porém, havia pouco a relatar sobre o padre Ernest – ele proferia apenas palavras de perdão e oração. “Jesus ensinou a amar nossos inimigos e perdoá-los, e que devemos trabalhar para o bem do povo”, dizia ele.

Inicialmente condenado à morte, sua sentença foi alterada para trabalhos forçados. Ele passou 25 anos trabalhando nos túneis escuros das minas de Spac e depois nos esgotos de Shkodra. Durante o tempo de prisão, o padre Ernest celebrava a Missa em latim de cor, ouvia confissões de outros prisioneiros, tornando-se pai espiritual de alguns deles, e distribuía a Eucaristia, com uma hóstia cozida secretamente em um pequeno fogão e com vinho feito do suco de uvas.

Quando ficou livre, em 5 de setembro de 1990, declarou seu perdão aos seus torturadores, invocando a misericórdia do Pai para eles. Em seguida, começou a servir nos vilarejos, ajudando especialmente as pessoas a se reconciliar e banir o ódio de seus corações. Este serviço nunca foi interrompido, nem por causa de sua idade nem por causa de sua nomeação como cardeal.

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