AUDIÊNCIA GERAL

“A vida espiritual do cristão exige um combate contínuo”, afirma Papa

Prosseguindo com o ciclo de reflexões sobre vícios e virtudes, Francisco falou sobre resistir às tentações, reconhecer-se pecador e pedir perdão a Jesus

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco acena para fiéis ao chegar na Sala Paulo VI / Foto: REUTERS/Yara Nardi

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 3, o Papa Francisco abordou o tema do combate espiritual em sua Catequese. As reflexões estão inseridas no ciclo sobre vícios e virtudes, iniciado na última semana.

O Pontífice afirmou que a vida espiritual do cristão não é pacífica, linear e isenta de desafios. Pelo contrário, exige um combate contínuo para conservar a fé e para enriquecê-la.

Segundo o Santo Padre, isso fica claro na primeira unção que o cristão recebe ao ser batizado. A unção catecumenal não tem perfume e anuncia publicamente que a vida é uma luta, explicou, citando na sequência a prática antiga de ungir o corpo dos lutadores antes do combate para tonificar os músculos e fazer com que o corpo escape das garras do oponente. “A unção dos catecúmenos deixa imediatamente claro que o cristão não é poupado da luta, que um cristão deve lutar”, declarou.

Resistir às tentações e reconhecer-se pecador

Ele recordou também um ditado atribuído a Santo Antão, que diz: “suprime as tentações, e ninguém será salvo”. Diante disso, Francisco comentou que “os santos não são homens que foram poupados à tentação, mas sim pessoas bem conscientes de que as seduções do mal aparecem repetidamente na vida, para serem desmascaradas e rejeitadas”.

O Papa acrescentou que todos já tiveram essa mesma experiência de ser tentados, precisando lutar para não cair nelas. Ele alertou que algumas pessoas acreditam estar “em ordem”, sem problemas, e indicou que cada um precisa corrigir-se e vigiar em diferentes aspectos.

Leia mais
.: Papa reza por quem sofre com guerra e perseguição

“Todos somos pecadores e um pouco de exame de consciência, de introversão nos fará bem”, prosseguiu, “todos devemos pedir a Deus a graça de nos reconhecermos como pobres pecadores, necessitados de conversão, mantendo no coração a confiança de que nenhum pecado é demasiado grande para a infinita misericórdia de Deus Pai.”

Neste contexto, o Pontífice apontou que esta é a primeira lição dada por Jesus, que se apresenta como um Messias diferente do que havia anunciado João Batista. Ao invés de julgar, ele acolhe os pecadores. “Ele não é pecador, mas está entre nós. Jesus nunca nos deixa sozinhos”, frisou o Santo Padre, acrescentando que “Jesus entende o nosso pecado, nos perdoa e nos acompanha. Nos momentos mais difíceis, no momento em que escorregamos no pecado, Jesus está junto de nós para nos levantar e isso nos consola”.

Pedir perdão a Jesus

Chegando ao final de sua reflexão, Francisco reforçou que “Jesus está junto de nós para nos ajudar e proteger e para nos ajudar a nos levantar depois do pecado. Jesus perdoa tudo. Ele veio para perdoar, para salvar. Jesus quer apenas o nosso coração aberto”.

Ele também reiterou que o Cristo nunca se esquece de perdoar, mas, muitas vezes, é o homem que não consegue pedir perdão. “Cada um de nós tem muitas coisas para pedir perdão”, lembrou o Papa, exortando todos à reflexão e a falar com Jesus: “Senhor, preciso que você não se afaste de mim, preciso que você me perdoe. Senhor, sou um pecador, uma pecadora, mas, por favor, não se afaste”.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo