“O caminho da fé não é um passeio, para ninguém, nem para Pedro nem para Paulo, para nenhum cristão. É exigente, às vezes árduo”, disse Francisco antes da oração mariana
Da redação, com Vatican News
Por ocasião da Solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo nesta quarta-feira, 29, o Papa Francisco rezou o Angelus com os fiéis na Praça São Pedro. Francisco refletiu sobre as palavras que Pedro dirige a Jesus na sua profissão de fé.
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). O Pontífice afirmou que “é uma profissão de fé, que Pedro pronuncia não com base na sua compreensão humana, mas porque Deus Pai a inspirou nele. E que para que estas palavras entrem profundamente na sua vida, há antes um período de “aprendizado” da fé, que afetou os apóstolos Pedro e Paulo, assim como acontece com cada um de nós.”
Francisco explicou aos presentes que cada cristão também acredita que Jesus é o Messias, o Filho do Deus vivo, mas que é preciso tempo, paciência e muita humildade para que a maneira de pensar e agir de cada um adira plenamente ao Evangelho.
Pedro repreende o Mestre
O Papa afirma que Pedro logo sentiu isso porque após Jesus ter anunciado que iria sofrer e ser condenado à morte Pedro rejeita esta perspectiva, que considera incompatível com o Messias. Ele até se sente obrigado a repreender o Mestre, que por sua vez o afronta “Afasta-te de mim, Satanás! Tu me serves de pedra de tropeço, porque não pensas as coisas de Deus, mas as dos homens!”.
“Pensemos nisso: não nos acontece a mesma coisa? Repetimos o Credo, o rezamos com fé; mas diante das duras provações da vida, tudo parece vacilar. Estamos inclinados a protestar contra o Senhor, dizendo-lhe que não está certo, que deve haver outros caminhos mais retos e menos cansativos”
Paulo, caminho com incertezas e dúvidas
Ao olhar para Paulo, o Pontífice apontou que Paulo passou por um lento amadurecimento da fé, experimentando momentos de incertezas e de dúvidas. “A aparição do Ressuscitado no caminho de Damasco, que o transformou de perseguidor em cristão, deve ser vista como o início de um percurso durante o qual o Apóstolo se reconciliou com as crises, fracassos e os constantes tormentos”.
“O caminho da fé não é um passeio, nem para Pedro nem para Paulo, para nenhum cristão. É exigente, às vezes árduo: mesmo Paulo, tendo se tornado cristão, teve que aprender pouco a pouco, especialmente através de momentos de provação”
Por fim, o Papa pediu que pensemos em nosso caminho da fé: “quando eu professo a minha fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus, o faço com a consciência de que sempre devo aprender, ou presumo que ‘já entendi tudo’?” E concluiu com uma frase de Paulo a Timóteo “Ele nos libertará de toda a obra maligna e nos levará a salvo para o seu Reino Celeste (cf. 2 Tim 4,18). Que a Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos, nos ensine a imitá-los, avançando todos os dias no caminho da fé”.