Quinta-feira Santa

Bispo comenta gesto do Papa que celebra Missa com detentos

“Quem celebra a Eucaristia tem que se colocar a serviço”, diz bispo de Mogi das Cruzes

Da redação, com Rádio Vaticano

Na tarde desta Quinta-Feira Santa, 28, o Papa Francisco celebra a Missa da Ceia do Senhor no Instituto Penal para Menores de Casal del Marmo. A Missa, caracterizada pelo rito do Lava-pés, relembra o episódio bíblico de Jesus que lava os pés dos apóstolos (cf. Jo 13, 1-20)

Celebrando no Instituto Penal para Menores, Francisco dá assim continuidade a uma tradição que assumiu quando ainda sacerdote. Em Buenos Aires, Bergoglio costumava celebrar esta Missa em prisões ou casas para pobres e marginalizados.

Para o bispo responsável pela Pastoral Carcerária no Brasil, Dom Pedro Luiz Stringhini, o gesto do Santo Padre é muito profético. “Vamos aprender com tudo isso, vamos aprender com o gesto de Jesus, que se repete na Igreja, e ao qual todos nós, cristãos, somos chamados a realizar e que o Papa Francisco está evidenciando.”

Este ano, a Festa da Páscoa coincide com a chegada de Francisco, diz Dom Pedro. “Este Papa que nos surpreendeu vindo da América Latina, nos surpreendeu pelo nome que escolheu – é a primeira vez que um Papa se chama Francisco, evocando a figura de São Francisco de Assis”

Na opinião do bispo, tudo isso coincide e mais ainda o fato de que o Papa Francisco escolheu lavar os pés de jovens que estão “privados da liberdade”, em recuperação.

Dom Pedro, que é bispo em Mogi das Cruzes (SP), explica que a Quinta-feira Santa, a partir do texto do lava-pés, é a Igreja dizendo que “quem celebra a Eucaristia tem que se colocar a serviço”.

“No fundo é a Igreja querendo ensinar que quem entendeu o significado da Eucaristia deixado por Jesus, memorial da Páscoa, da Nova Aliança; quem celebra a Eucaristia tem que se colocar a serviço e a serviço de modo humilde, e a serviço dos humildes e dos pequenos”, enfatizou.

Quanto à realidade dos presos, o bispo afirma tratar-se de uma situação social grave. Para ele, uma coisa é socorrer uma criança indefesa – “todos nós gostamos de fazer isso”, disse – outra coisa é ir ao encontro daqueles que um dia praticaram atos contra a sociedade e que vivem numa situação “muito precária, muito desafiadora”.

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