VATICANO

As famílias feridas precisam ser acompanhadas, lembra Papa

Francisco respondeu a uma carta na revista italiana “Piazza San Pietro” e incentivou o respeito mútuo e justiça misericordiosa dentro do lar

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco durante seu discurso na Casa Santa Marta / Foto: Reuters

A revista mensal “Piazza San Pietro” do Vaticano aprofunda temas de fé, espiritualidade e vida cotidiana. O italiano, Giorgio, escreveu uma carta para o Papa Francisco, contando sua experiência dolorosa de separação da esposa. A carta foi publicada na nova edição da revista juntamente com a resposta do Pontífice.

“Colocar o coração em campo. Nos relacionamentos, o principal é isso”, introduziu o Santo Padre afirmando que somente a partir do coração as famílias irão conseguir unir as diferentes inteligências e pacificá-las. “A pacificação também é uma tarefa do coração e esse milagre social só é possível se o nosso coração estiver unido ao de Cristo. Apenas dessa maneira poderemos prevenir a violência nas famílias”, explicou.

A história de Giorgio

Giorgio contou ao Papa que após cinco anos de casamento separou-se da esposa, com quem teve uma filha. O término do relacionamento foi a pedido da própria esposa que já estava envolvida com outra pessoa. Um mês depois, Giorgio foi preso. Enquanto sua filha estava com ele, dentro do carro, a polícia encontrou cocaína.

“Na prisão, rezei por muito tempo ao Padre Pio de Pietrelcina. Depois de oito anos, por um milagre, descobriram a verdade e me libertaram”, relatou Giorgio. Após a descoberta, a ex-sogra e dois outros cúmplices foram condenados.

Giorgio confidenciou ao Papa que transformou o mal recebido em bem para os outros e, assim, derrotou o ódio e a vingança dentro de si mesmo. “Tomei o único caminho que salvou minha vida. Motivei muitas pessoas ao longo dos anos sobre esse assunto, para obter as reformas do direito de família que garantem o direito dos filhos de pessoas separadas de poder simplesmente amar os pais e os avós”.

A resposta do Papa

“A sua história é um testemunho de paz que encoraja em uma sociedade inflamada pelas guerras”, frisou o Papa. Observando que em nome dos próprios interesses, mesmo afetivos, cometem-se violência e opressão, Francisco destacou a importância de se ter cada vez mais leis adequadas para permitir aos filhos de pais separados o encontro e o crescimento afetivo e amoroso com todos os seus familiares.

Acompanhar as famílias feridas

Francisco prosseguiu incentivando as comunidades cristãs para que acompanhem as famílias feridas devido a questões semelhantes. “Às vezes somos reféns do egoísmo do coração humano, que nos torna feios. O egoísmo não nos torna belos. É preciso ter cuidado até mesmo com os presentes aos filhos porque podem ser uma verdadeira chantagem, para arrancá-los do afeto do marido ou da mulher”, acrescentou.

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