80 ANOS DO DIA D

Arruinar a paz é uma culpa perante a história, escreve Papa

Francisco enviou mensagem ao bispo de Bayeux por ocasião do aniversário de 80 anos do Dia D, evento que contribuiu com fim da Segunda Guerra Mundial

Da Redação, com Vatican News

Cemitério Americano de Colleville-sur-Mer, na Normandia, onde milhares de corpos de combatentes americanos na Segunda Guerra Mundial estão sepultados / Foto: Myrabella via Wikimedia Commons

Em 6 de junho de 1944, em meio à Segunda Guerra Mundial, cerca de 156 mil homens das Forças Aliadas participaram da operação “Netuno”. Eles desembarcaram nas praias da Normandia, abrindo um novo front a oeste contra as tropas alemãs e permitindo a libertação da França e da Europa dominada pelos nazistas.

O evento histórico que ficou conhecido como Dia D e contribuiu para o fim do conflito completará 80 anos nesta quinta-feira, 6. Por essa ocasião, o Papa Francisco enviou uma mensagem para o bispo de Bayeux, Dom Jacques Habert, refletindo sobre o significado deste episódio.

“Nunca mais a guerra!”

Além dos soldados em sua maioria muito jovens e muitos vindos de longe que heroicamente deram suas vidas, o Pontífice recorda, no texto, as vítimas civis inocentes e todos aqueles que sofreram os bombardeios que atingiram cidades como Caen, Le Havre e Rouen.

O desembarque na Normandia, acrescenta, evoca o desastre representado pelo terrível conflito mundial em que milhões de homens, mulheres e crianças sofreram e tantas ruínas foram provocadas. Na visão do Santo Padre, seria inútil e hipócrita lembrá-lo sem condená-lo e rejeitá-lo definitivamente.

Os povos querem a paz

Francisco salienta que, se a lembrança dos erros do passado sustentou por várias décadas a firme vontade de fazer todo o possível para evitar que um novo conflito mundial viesse à tona, hoje já não é mais assim. “Os homens, de fato, têm a memória curta e é preocupante que a hipótese de um conflito generalizado seja, às vezes, novamente levada a sério e que os povos estejam gradualmente se acostumando a essa eventualidade inaceitável”, escreve.

O Papa enfatiza que os povos anseiam pela paz. “Arruinar esta nobre ordem das coisas por ambições ideológicas, nacionalistas, econômicas é uma grave culpa diante dos homens e diante da história, um pecado diante de Deus”, destaca.

Rezar pelas vítimas das guerras

Na sequência, o Pontífice registra sua oração pelos homens que querem as guerras, por aqueles que as desencadeiam, as alimentam de maneira insensata, as prolongam inutilmente e tiram proveito cínico delas, a fim de que Deus ilumine seus corações e coloque diante de seus olhos o cortejo de desgraças que provocam.

Além disso, o Santo Padre salienta que querer a paz não é covardia, mas exige coragem de saber renunciar a algo, e afirma orar continuamente pelos operadores da paz com a esperança de que eles, opondo-se às lógicas implacáveis e obstinadas do confronto, saibam abrir caminhos pacíficos de encontro e diálogo. Por fim, também suas preces a todas as vítimas das guerras passadas e presentes – “os pobres, os fracos, os idosos, as mulheres e as crianças são  sempre as primeiras vítimas dessas tragédias”.

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