No Regina Coeli, deste domingo, 10, Francisco pediu aos fiéis que não se esqueçam: “A morada que nos espera é o Paraíso. Somos feitos (…) para a vida eterna, para viver para sempre”
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco rezou a oração mariana do Regina Coeli, deste domingo, 10, na Biblioteca do Palácio Apostólico, no Vaticano, por causa da pandemia de coronavírus ainda em andamento. O Pontífice recordou que, no Evangelho deste domingo, a Igreja retoma o início do chamado ‘Discurso de despedida’ de Jesus, que são palavras que Ele dirigiu aos discípulos no final da Última Ceia, pouco antes de enfrentar a Paixão. Em um momento tão dramático, Francisco lembra que Jesus disse: “Não fique perturbado o coração de vocês”. “Ele diz a nós também nos dramas da vida. Mas como fazer para que o coração não se perturbe?”
“O Senhor indica dois remédios para a perturbação. O primeiro é: ‘Tenham fé em mim’. Parece um conselho um pouco teórico, abstrato. Em vez disso, Jesus quer nos dizer uma coisa específica. Ele sabe que, na vida, a ansiedade pior, a perturbação, nasce da sensação de não ser capaz, do sentir-se sozinho e sem pontos de referência diante do que acontece. Essa angústia, em que a dificuldade acrescenta dificuldade, não pode ser superada sozinha. Precisamos da ajuda de Jesus”, exortou.
O Santo Padre afirma que Jesus pede a homens e mulheres para que tenham fé n’Ele, ou seja, a não se apoiarem em si mesmos, mas n’Ele. “A libertação da perturbação passa através da confiança”, frisou. O Papa prosseguiu: “Confiar-se a Jesus. Dar este passo. Esta é a libertação do turbamento. Jesus ressuscitou e está vivo para ficar sempre ao nosso lado. Então, podemos dizer-lhe: ‘Jesus, creio que você ressuscitou e que está ao meu lado. Creio que você me ouve. Apresento-lhe o que me perturba, as minhas preocupações: tenho fé em Ti e me confio a Ti’”.
Em seguida, Francisco disse que há um segundo remédio para a perturbação, que Jesus expressa com essas palavras: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. […] vou preparar um lugar para vocês’”. “Eis o que Jesus fez por nós: nos reservou um lugar no Céu. Tomou sobre si a nossa humanidade para levá-la além da morte, para um novo lugar, no Céu, para que, onde Ele está, estejamos também nós. É a certeza que nos consola: há um lugar reservado para cada um. Não vivemos sem meta nem sem destino. Somos esperados, somos preciosos. Deus é apaixonado pela beleza de seus filhos. E para nós Ele preparou o lugar mais digno e bonito: o Paraíso”.
O Pontífice pediu aos fiéis que não se esqueçam: “A morada que nos espera é o Paraíso. Aqui estamos de passagem. Somos feitos para o Céu, para a vida eterna, para viver para sempre. Para sempre: é algo que agora não conseguimos imaginar. Mas é ainda mais bonito pensar que esse para sempre será na alegria, na plena comunhão com Deus e com os outros, sem mais lágrimas, rancores, divisões e perturbações”.
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“Mas como chegar ao Paraíso? Qual é o caminho?”, perguntou o Papa. Eis a frase decisiva de Jesus hoje: “Eu sou o caminho”. “Para subir ao Céu o caminho é Jesus: é ter um relação viva com Ele, é imitá-lo no amor, é seguir os seus passos. E eu, cristão, posso me perguntar: “Qual caminho devo seguir?” Existem caminhos que não levam ao Céu: os caminhos da mundanidade, os caminhos da autoafirmação, os caminhos do poder egoísta. E há o caminho de Jesus, o caminho do amor humilde, da oração, da mansidão, da confiança, do serviço aos outros. Não é o caminho do meu protagonismo, é o caminho de Jesus protagonista da minha vida. É seguir em frente, todos os dias, dizendo-lhe: “Jesus, o que você acha dessa minha escolha? O que você faria nessa situação, com essas pessoas?”.
O Santo Padre concluiu dizendo: “Fará bem a nós perguntar a Jesus, que é o caminho, as indicações para o Céu. Que Nossa Senhora, Rainha do Céu, nos ajude a seguir Jesus, que abriu o Paraíso para nós”.