Novo episódio do “Ave Maria” fala sobre prudência da Igreja em relação às aparições, o significado do Magnificat e a devoção dos muçulmanos à Virgem
Silvonei José – Cidade do Vaticano
“Há exageros sobre as aparições, a Igreja é sempre muito prudente”. É um dos temas no centro das reflexões do Papa Francisco no nono episódio do programa “Ave Maria”, exibido nesta terça-feira, 11, pela TV2000 da Itália. O programa é fruto da colaboração com o Dicastério para a Comunicação, conduzido pelo padre Marco Pozza.
No programa, o Santo Padre destaca que a fé está enraizada no Evangelho, na revelação, na tradição da revelação. E a questão das aparições “é que há alguns videntes ou aqueles que transmitem as aparições e que dizem: ‘Maria é assim’. Maria indica Jesus, mas se você ficar olhando somente para o dedo de Maria e não para Jesus, você não age de acordo com o coração de Maria. Significa que algo naquela aparição não está bem”.
O Magnificat
Ao comentar o tema do programa, dedicado ao Magnificat, o Papa ressalta que “Maria louva a Deus e nós, cristãos, tantas vezes nos esquecemos da oração de louvor e da oração de adoração. “Maria adorava a Deus e louvava a Deus, o Magnificat é isso. Vem do louvor, rezar louvando a Deus”, explica Francisco.
A devoção dos muçulmanos
Do Papa uma anedota para abordar o argumento final: a devoção dos muçulmanos para com Maria. “Contava-me um bispo de um país africano, – disse Francisco -, onde viviam em paz cristãos e muçulmanos que no ano do Jubileu havia uma fila o dia inteiro para entrar na catedral. Quando as pessoas entravam, algumas se aproximavam do confessionário, outras começavam a rezar, mas a maioria seguia para o altar de Nossa Senhora e eram os muçulmanos. E o bispo perguntou-lhes muitas vezes: ‘Mas por que vocês vêm aqui?’. E eles: “O Jubileu também é para nós”. Eles iam até Nossa Senhora porque Maria está próxima do povo muçulmano”.