Francisco rezou pela unidade dos cristãos, no dia em que a Igreja festeja Santo André, padroeiro da Igreja de Constatinopla
Da redação, com VaticanNews
Na festa de Santo André, nesta sexta-feira, 30, o Papa Francisco celebrou a Missa na capela da Casa Santa Marta, convidando os fiéis a estarem “próximos da Igreja de Constantinopla”, a Igreja de André, rezando “pela unidade das Igrejas”.
Na homilia, o Pontífice exortou a deixar de lado “aquela atitude, o pecado, o vício” que cada um de nós tem “dentro” de si, para ser “mais coerente” e anunciar Jesus de modo que as pessoas creiam com o nosso testemunho.
Refletindo sobre a Primeira Leitura, em que São Paulo explica como a fé provenha da escuta e a escuta diz respeito à Palavra de Cristo, o Papa recordou como é “importante o anúncio do Evangelho”, o anúncio de que “Cristo nos salvou, de que Cristo morreu e ressuscitou por nós”. De fato, o anúncio de Jesus Cristo não é levar “uma simples notícia”, mas “a única grande Boa Notícia”.
Francisco explicou que o anúncio de Jesus não é um trabalho de publicidade – fazer propaganda para uma pessoa muito boa, que fez o bem, curou tantas pessoas e ensinou coisas belas -, tampouco é fazer proselitismo.
“Se alguém vai falar de Jesus Cristo, pregar Jesus Cristo para fazer proselitismo, não, isso não é anúncio de Cristo: isso é um trabalho, de pregador, feito com a lógica do marketing. Que é o anúncio de Cristo? Não é nem proselitismo, nem propaganda, nem marketing: vai além. Como é possível compreender isso? É antes de tudo ser enviado à missão, fazendo entrar em jogo a própria vida”, destacou.
O Papa disse ainda que o apóstolo, o enviado que “leva o anúncio de Jesus Cristo”, o faz com a condição de que coloque em jogo a própria vida, o próprio tempo, os próprios interesses, a própria carne.
“Esta viagem, de ir ao anúncio, arriscando a vida, porque jogo a minha vida, a minha carne – esta viagem – tem somente passagem de ida, não de volta. Voltar é apostasia. Anunciar Jesus Cristo com o testemunho. Testemunhar significa colocar em jogo a própria vida. Faço aquilo que digo”, afirmou.
Os mártires experimentam o verdadeiro anúncio
A palavra, “para ser anúncio”, deve ser testemunho, reiterou Francisco, que fala de “escândalo” a propósito dos cristãos que dizem sê-lo e depois vivem “como pagãos, como descrentes”, como se não tivessem “fé”. O Papa convida então à coerência entre a palavra e a própria vida: “isso se chama testemunho”, evidenciou.
“O apóstolo, o anunciador, aquele que leva a Palavra de Deus, é uma testemunha, que coloca em jogo a própria vida até o fim, e é também um mártir. De outro lado, foi Deus Pai que para fazer-se conhecer enviou seu Filho em carne, arriscando a própria vida. Um fato que escandalizava assim tanto e continua a escandalizar, porque Deus se fez um de nós, numa viagem com passagem somente de ida. O diabo tentou convencê-lo a tomar outra estrada, e Ele não quis, fez a vontade do Pai até o fim”.
O Santo Padre destaca que, portanto, o anúncio de Cristo deve acontecer da mesma forma: o testemunho, porque Ele foi a testemunha do Pai feito carne.
“Nós devemos fazer-nos carne, isto é, fazer-nos testemunhas: fazer, fazer aquilo que dizemos. E isso é o anúncio de Cristo. Os mártires são aqueles que [demonstram] que o anúncio foi verdadeiro. Homens e mulheres que deram a vida – os apóstolos deram a vida – com o sangue; mas também tantos homens e mulheres escondidos na nossa sociedade e nas nossas famílias, que dão testemunho todos os dias, em silêncio, de Jesus Cristo, mas com a própria vida, com aquela coerência de fazer aquilo que dizem”.
Um anúncio frutuoso
O Papa recordou que todos os católicos, com o Batismo, assumem “a missão” de anunciar Cristo: “vivendo como Jesus nos ensinou a viver, em harmonia com aquilo que pregamos, o anúncio será “frutuoso. Se, ao invés, vivemos sem coerência, dizendo uma coisa e fazendo outra contrária, o resultado será o escândalo. E o escândalo dos cristãos, faz muito mal ao povo de Deus”, concluiu.