HOMILIA

“Abraçar, proteger e cuidar faz parte da natureza da Igreja”, afirma Papa

Francisco presidiu Missa de abertura da segunda sessão do Sínodo dos Bispos e destacou abertura ao Espírito Santo e escuta dos irmãos em sua homilia

Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco presidiu Missa de abertura da segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

O Papa Francisco presidiu, nesta quarta-feira, 2, a Missa de abertura da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos. Na Praça de São Pedro, ele recordou os Santos Anjos da Guarda, celebrados pela Igreja neste dia 2 de outubro, e anunciou uma súplica de paz e um dia de oração e jejum durante o período de atividades em Roma.

Ao refletir a liturgia do dia, o Pontífice propôs três imagens para reflexão: a voz, o refúgio e a criança. Na Primeira Leitura (Ex 23,20-23), Deus aconselha o povo a escutar a “voz do anjo” que Ele enviou para acompanhá-los no caminho para a Terra Prometida. Contudo, questionou o Santo Padre, como é possível fazer isso?

Um modo, explicou, é aproximar-se, com respeito e atenção, na oração e à luz da Palavra de Deus. Em relação ao Sínodo, Francisco cita especificamente todos os contributos recolhidos ao longo desses três anos de intenso trabalho. “Trata-se, com a ajuda do Espírito Santo, de escutar e compreender as vozes, ou seja, as ideias, as expectativas, as propostas, para discernir juntos a voz de Deus que fala à Igreja”, afirmou.

Para que isso aconteça, porém, é preciso uma condição: libertar-se da arrogância, da presunção e da pretensão de exclusividade na escuta da voz do Senhor, apontou o Papa. É necessário ter o cuidado de não transformar as contribuições a dar em teimosias a defender ou agendas a impor.

“A solução para os problemas a enfrentar não a temos nós, mas Ele”, reforçou o Pontífice, “portanto, escutemos a voz de Deus e do seu anjo, se realmente quisermos prosseguir em segurança o nosso caminho para além dos limites e das dificuldades”.

O refúgio e a criança

Quanto à imagem do refúgio, o símbolo é o das asas protetoras, citadas no Salmo 90. Sob essas asas, explicou o Santo Padre, todos podem se sentir livres para se exprimir espontânea e abertamente, com o “coração em diálogo”. “A Igreja tem necessidade de lugares de paz e abertura, a serem criados principalmente nos corações, onde cada um se sinta acolhido como uma criança nos braços da mãe”, manifestou Francisco.

Por fim, a terceira imagem, a criança, é colocada no centro pelo próprio Jesus (Mt 18,1-5.10). Olhando para o Sínodo, isso pode parecer paradoxal, exprimiu o Papa, pois é preciso ser “grande” – na mente, no coração, nas visões – uma vez que os temas a tratar são “grandes” e delicados, e os cenários em que se inserem são amplos, universais.

Entretanto, é justamente por isso, explicou o Pontífice, que “não podemos deixar de olhar para a criança, para nos recordar que a única maneira de estar ‘à altura’ da tarefa que nos está confiada é fazermo-nos pequenos e acolhermo-nos uns aos outros como tal, com humildade”. As crianças, acrescentou, são um “telescópio” do amor do Pai.

O Santo Padre concluiu a homilia convidando os fiéis a voltarem o olhar para o mundo, porque a comunidade cristã está sempre a serviço da humanidade para proclamar a alegria do Evangelho a todos. “Precisamos disso, especialmente nesta hora dramática de nossa história, enquanto os ventos da guerra e os fogos da violência continuam a devastar povos e nações inteiras”, salientou.

Súplica pela paz e dia de oração e jejum

Neste contexto, Francisco anunciou que no domingo, 6, irá à Basílica de Santa Maria Maior para invocar, pela intercessão de Nossa Senhora, o dom da paz. “Rezarei o Santo Rosário e dirigirei à Virgem uma sincera súplica”, explicou, e “se possível, peço também a vocês, membros do Sínodo, que se unam a mim nessa ocasião”.

No dia seguinte, 7, o Papa convidou toda a comunidade dos fiéis para viver um dia de oração e jejum pela paz no mundo. “Vamos caminhar juntos. Vamos ouvir o Senhor. E deixemo-nos guiar pela brisa do Espírito”, finalizou.

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