ABERTURA DO SÍNODO

“A Igreja não pode caminhar e renovar-se sem o Espírito Santo”, diz Papa

Em discurso no primeiro dia de atividades da segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade, Francisco destacou ação do Espírito na vida da Igreja e dos homens

Da Redação, com Vatican News

Atividades da segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade tiveram início nesta quarta-feira, 2 / Foto: Vatican Media/IPA/Sipa USA via Reuters Connect

Após presidir a Santa Missa pela manhã, o Papa Francisco abriu, na tarde desta quarta-feira, 2, os trabalhos da primeira congregação geral da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, na Sala Paulo VI, no Vaticano.

Em seu discurso, o Pontífice salientou que esta “assembleia, guiada pelo Espírito Santo, que ‘doma o espírito indomável, infunde no gelo o calor da vida, guia quem torce o caminho’, deverá oferecer a sua contribuição para que se forme uma Igreja verdadeiramente sinodal em missão, que saiba sair de si mesma e habitar as periferias geográficas e existenciais, garantindo que se estabeleçam laços com todos em Cristo”.

Citando um texto de um autor espiritual do século IV, o Santo Padre reiterou que “o Espírito Santo é um guia seguro, e nossa primeira tarefa é aprender a distinguir sua voz, porque Ele fala em todos e em todas as coisas”.

“O Espírito Santo nos acompanha sempre”, afirmou Francisco, “é um consolo na tristeza e no choro, sobretudo quando – justamente pelo amor que temos pela humanidade – diante das coisas que não vão bem, das injustiças que prevalecem, da obstinação com que resistimos a responder com o bem diante do mal, da dificuldade de perdoar, da falta de coragem em buscar a paz, somos tomados pelo desânimo, parece-nos que não há mais nada a fazer e nos entregamos ao desespero”.

“O Espírito Santo comunica a esperança de Deus”

O Papa sublinhou que “o Espírito Santo enxuga as lágrimas e consola porque comunica a esperança de Deus”, recordando que a humildade também é um dom do Espírito. “A humildade nos permite olhar o mundo reconhecendo que não somos melhores que os outros”, observou, convidando os participantes da assembleia “a reconhecer que a Igreja, semper reformanda, não pode caminhar e renovar-se sem o Espírito Santo e as suas surpresas”.

Confira
.: Cobertura do Sínodo sobre a Sinodalidade

“Conhecemos a beleza e a fadiga do caminho”, exprimiu o Pontífice, e “percorremos o caminho convencidos da essência relacional da Igreja, cuidando para que as relações que nos foram doadas e confiadas à nossa criatividade responsável sejam sempre manifestações da gratuidade da misericórdia”.

Neste contexto, a XVI Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos manifesta esse “caminhar juntos” do povo de Deus. “O processo sinodal é também um processo de aprendizagem, durante o qual a Igreja aprende a conhecer-se melhor e a identificar as formas de ação pastoral mais adequadas à missão que o seu Senhor lhe confia. Este processo de aprendizagem envolve também as formas de exercício do ministério dos pastores, particularmente dos bispos”, explicou o Santo Padre.

Ele também expôs que, quando decidiu convocar como membros titulares da assembleia um número significativo de leigos e consagrados (homens e mulheres), diáconos e sacerdotes, o fez em coerência com a compreensão do exercício do ministério episcopal expressa pelo Concílio Ecumênico Vaticano II.

Igreja sinodal, missionária e misericordiosa

Na visão de Francisco, “essa compreensão inclusiva do ministério episcopal exige ser revelada e reconhecida, evitando dois perigos: o primeiro é a abstração que esquece a concretude fecunda dos lugares e relações, e o valor de cada pessoa; o segundo perigo é o de romper a comunhão colocando a hierarquia contra os fiéis leigos”.

“Somos convidados a exercitar-nos juntos numa arte sinfônica, numa composição que nos une a todos no serviço à misericórdia de Deus, segundo os diferentes ministérios e carismas que o bispo tem a tarefa de reconhecer e promover”, ressaltou o Papa.

Desta forma, “caminhar juntos é um processo em que a Igreja, dócil à ação do Espírito Santo, sensível no acolhimento dos sinais dos tempos, se renova continuamente e aperfeiçoa a sua sacramentalidade, para ser uma testemunha crível da missão a que foi chamada, de reunir todos os povos da terra no único povo esperado no final, quando o próprio Deus nos fará sentar no banquete que Ele preparou”.

Por fim, o Pontífice reforçou que é o Espírito Santo quem torna possível a fidelidade perene da Igreja e a escuta perene da Palavra de Deus. “Ele guia os discípulos para toda a verdade. Ele também nos guia para dar resposta, depois de três anos de caminho, à pergunta como ser uma Igreja sinodal missionária. Eu acrescentaria ‘misericordiosa'”, concluiu o Santo Padre.

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.

↑ topo