Com mais de 15 mil agentes só no Brasil, Caritas procura atender refugiados de conflitos e perseguições, dando a eles uma nova perspectiva de vida
Elcka Torres Da Redação
Uma forma de apoio da Igreja aos mais necessitados e de socorro em situações extremas, como o terremoto ocorrido no Nepal em abril de 2015. Esse é o trabalho da Cáritas, órgão da Igreja católica presente em vários países do mundo.
No Brasil, a Cáritas é um organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) organizada em uma rede com 178 entidades, sendo 12 regionais. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as entidades são comprometidas com os direitos humanos, dedicadas aos projetos especiais dentro do contexto social da Igreja e prestam serviço de acolhida e integração a refugiados no Brasil.
O órgão conta com inúmeros parceiros, como a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e o Ministério da Justiça para a realização dos programas de acolhimento, proteção legal e integração local.
A ajuda da Cáritas é, em especial, para proteção e integração dos solicitantes de refúgio, com atuação específica em quatro frentes: Assistência, Integração, Proteção e Saúde mental.
Na Assistência, são identificadas as necessidades básicas em assistência social ligadas à moradia, acesso à saúde, alimentação entre outros. A Integração auxilia o refugiado ou solicitante de refúgio a inserir-se no mercado de trabalho, ingressar em um curso de português ou profissionalizante, por exemplo.
Já a Proteção presta assistência jurídica para que os refugiados e solicitantes de refúgio tenham acesso aos direitos previstos pela legislação brasileira e pelos acordos internacionais. E a Saúde Mental dá suporte em psicologia e psiquiatria.
Em entrevista, Luiza Bodenmüller, que atua no Centro de Acolhida para Refugiados, relatou que as pessoas em situação de refúgio que buscam a Cáritas chegam bastante angustiadas por terem de sair de seu país de origem forçadamente. “Eles saem por falta de opção. Não foi uma escolha, muito menos voluntariamente. Portanto, chegam precisando de apoio para a integração na cidade, assim como bastante abaladas por terem sofrido algum tipo de perseguição a si próprio ou à sua família.
Essas pessoas, segundo informou Luiza, precisam de moradia, precisam aprender o português, a trabalhar, estudar ou dar continuidade aos estudos. “Precisam ser verdadeiramente incluídos nessa nova sociedade”.
Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de refugiados e solicitantes de refúgio atendidos pela Cáritas. Em 2013, chegaram 1.999 refugaidos; já em 2014, foram 3.123. Para realizar o atendimento, o órgão conta com mais de 15 mil agentes, a maioria voluntários, em todo o país.