Até o momento, foram 182 dias, com 19 grandes eventos jubilares e milhões de peregrinos que passaram pela Porta Santa da Basílica de São Pedro
Julia Beck
Da Redação

Carla Zanon; Liliane e família /Fotos: Arquivo Pessoal
O Jubileu da Esperança completa seis meses nesta terça-feira, 24. Seu início, no dia 24 de dezembro de 2024, na Solenidade do Natal do Senhor, foi marcado pela abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. Na ocasião, Papa Francisco afirmou que o Natal do Senhor preparava os fiéis para cruzar com fé a Porta Santa e entrar “no tempo da misericórdia e do perdão”: a cada homem será revelado “o caminho da esperança, que não decepciona”, indicou.
Até o momento, foram 182 dias, com 19 grandes eventos jubilares e milhões de peregrinos que passaram pela Porta Santa da Basílica de São Pedro. Neste tempo, a Igreja também viveu uma sequência de três acontecimentos importantes e históricos: a morte do Papa Francisco (em 21 de abril), o Conclave (de 7 a 8 de maio) e a eleição do Papa Leão XIV.
O jubileu das comunicações
As jornalistas Liliane Borges e Carla Zanon participaram, respectivamente, dos seguintes eventos em Roma: Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos (30 de maio – 1º de junho) e o Jubileu do Mundo das Comunicações (24 – 26 de janeiro).
O evento jubilar dedicado às famílias contou com uma celebração presidida pelo Papa Leão XIV – que enfatizou em sua homilia: “das famílias nasce o futuro dos povos”. A celebração aos comunicadores, que coincidiu com o Domingo da Palavra de Deus, foi presidida pelo Papa Francisco – que frisou: Palavra de Deus nos traz alegria e luz.
Carla define como marcante a experiência de ter estado em uma audiência com o Papa Francisco. “Foi um encontro muito especial, o Papa dirigiu algumas palavras a nós comunicadores e depois veio nos cumprimentar. No momento em que ele passava, pude entregar um desenho de uma criança a ele”, conta.

Momento em que Carla entregou o desenho de uma criança ao Papa Francisco, durante audiência no Jubileu das Comunicações /Foto: Arquivo Pessoal
A jornalista afirma ter se emocionado diante de Francisco e cita que essa foi a segunda vez que ela o viu pessoalmente – a primeira foi na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro, em 2013. O segundo encontro foi o que mais a marcou.
Para Carla, viver esse evento jubilar foi também uma oportunidade de viver o encontro e a fraternidade com outros católicos. “É emocionante ver em Roma tantos peregrinos, de vários lugares do mundo, caminhando rumo à Porta Santa”.
Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos

Liliane e família próximos da Porta Santa /Foto: Arquivo Pessoal
A família de Liliane, que também é missionária da Comunidade Canção Nova, teve a oportunidade de ir a Roma para viver o Jubileu das Famílias, das Crianças, dos Avós e dos Idosos. Segundo ela, “foi uma verdadeira festa”, um momento de reanimação e revigoramento da fé na esperança. A presença do Papa Leão XIV foi assinalada pela missionária. Ela observa que foi um dos primeiros eventos jubilares de Leão XIV, “que acolheu com grande alegria as famílias”.
Famílias do mundo todo “puderam ouvir do Papa o chamado à santidade”. Aos casais, foi pedido que dessem “exemplo de vida santa” para que os filhos sejam santos. Estes dois apelos foram os que mais marcaram Liliane. No domingo, antes da Santa Missa, Leão XIV saudou as crianças e suas famílias – outro momento destacado pela jornalista.
A festa das famílias na Basílica de São João de Latrão foi um dos eventos dos que ela e sua família mais gostaram de participar. Segundo a missionária, ali foi possível compreender o valor de ser uma família católica, que busca fazer o bem, acredita na beleza e tem fé. “Vamos juntos transformar esse mundo da maneira que a gente pode, a começar por nós mesmos e a nossa família”, reflete.
Esperança
Carla frisa que a esperança é tema de reflexões pessoais há pelo menos dois anos, quando viveu um momento difícil profissionalmente. “Após viver esse tempo difícil, percebi que fui ficando menos pessimista e mais esperançosa com o meu futuro. Vejo que o Jubileu me fez recordar como eu estava há uns anos e como Deus me transformou. Neste ano jubilar eu só agradeço a Deus por aquilo que Ele fez na minha vida, trazendo paz e esperança novamente”, pontua.
Ao comentar sobre a esperança no mundo, a jornalista cita a saudação do Papa Leão XIV, em seu primeiro discurso, quando desejou a paz para todos. Para ela, o Ano Jubilar é uma oportunidade de rezar mais, fazer sacrifícios espirituais, e mortificações na carne pedindo a paz no mundo.
Atualmente, com os muitos cenários de guerra, Liliane observa que “é difícil acreditar na paz e na possibilidade de mudar alguma coisa”, mas recorda que “a fé é justamente isso”, é “acreditar para além de toda a esperança humana”.
A missionária sublinha que o chamado primeiro dos cristãos é o de construir a paz a partir do próprio coração. “A Igreja, como mãe, e esse jubileu, sobretudo, vem nos mostrando que é essa conversão individual que nos leva a sermos pessoas de paz (…). A oração é uma arma preciosa que Deus nos dá. Penso que nesse momento o jubileu nos chama a isso, a nos unirmos àqueles que sofrem nos países em guerra por meio da oração”.