Leão XIV saudou peregrinos na Basílica de São Pedro ao final da Missa do Jubileu dos Missionários Digitais e Influencers Católicos, celebrada pelo Cardeal Tagle
Da Redação, com Vatican News
Papa Leão XIV cumprimenta peregrinos na Basílica de São Pedro / Foto: REUTERS/Remo Casilli
Nesta terça-feira, 29, foi celebrada a Missa do Jubileu dos Missionários Digitais e Influencers Católicos. A celebração foi presidida pelo Cardeal Luis Antonio Tagle na Basílica de São Pedro e contou com a participação do Papa Leão XIV, que saudou os presentes no final da Missa.
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O Pontífice foi acolhido com entusiasmo pelos peregrinos e se dirigiu a eles com a saudação de Cristo: “a paz esteja convosco!”. Ele frisou que o mundo precisa de paz neste tempo dilacerado pela inimizade e pelas guerras, e reforçou a missão da Igreja de anunciar ao mundo a paz.
Esta missão, acrescentou o Santo Padre, é confiada pela Igreja aos missionários digitais, que, neste Jubileu, renovam o compromisso de nutrir de esperança cristã as redes sociais. “A paz necessita ser buscada, anunciada e compartilhada em todos os lugares, seja nos dramáticos locais de guerra, seja nos corações vazios de quem perdeu o sentido da existência”, pontuou.
Leão XIV sinalizou ainda um segundo desafio nesta missão: procurar sempre a “carne sofredora de Cristo” em cada irmão e irmã que se encontra no espaço digital. “Hoje, encontramo-nos numa nova cultura profundamente caracterizada e formada pela tecnologia. Cabe a nós assegurar que esta cultura permaneça humana”, declarou.
Construir “redes de amor”
Diante do desafio da inteligência artificial, o Papa reforçou que o dever dos cristãos é trabalhar juntos para desenvolver um pensamento e uma linguagem que deem voz ao Amor. “Não se trata apenas de gerar conteúdos, mas de criar um espaço de encontro entre os corações. (…) Este processo começa sobretudo com a aceitação da nossa própria pobreza, deixando de lado qualquer tipo de pretensão e reconhecendo a nossa inerente necessidade do Evangelho”, salientou.
Por fim, o Pontífice usou a analogia das redes dos pescadores para exortar os influenciadores a construir “redes de amor”, onde é possível consertar o que está partido, curar a solidão e dar espaço ao outro e voz aos mais fracos. “Assim, cada história de bem compartilhada será o nó de uma única e imensa rede: a rede das redes, a rede de Deus”, indicou.
Como agentes de comunhão, observou o Santo Padre, será possível quebrar a lógica da divisão e da polarização, do individualismo e do egocentrismo. É preciso colocar Cristo no centro para vencer a “lógica do mundo, das fake news e da frivolidade, com a beleza e a luz da Verdade”, concluiu.
“O amor não pode ser gerado por um algoritmo”
Durante a sua homilia, o Cardeal Tagle pontuou que influenciar ou ser influenciado é uma realidade da vida ordinária, mas o “Grande Influenciador” é Deus, que é Amor.
“Deus não nos enviou uma mensagem de texto, um e-mail ou um arquivo. Deus nos enviou o Seu Filho. Jesus não é um rosto ou uma voz gerados por um programa digital. É a imagem do Deus invisível, gerado antes de qualquer criatura. O amor não pode ser gerado por um algoritmo”, declarou.
Somente a pessoa divina com um coração humano pode amar divina e humanamente, acrescentou o cardeal filipino. Desta forma, “assim como fomos influenciados pelo amor de Deus, devemos influenciar os outros através do amor de Deus”, ressaltou.
“Deixem que o amor de Deus em Jesus e o Espírito Santo impeçam as várias influências venenosas de fluir nos corações humanos e nas sociedades”, exortou Tagle. “Que através de vocês, possa a pessoa de Jesus influenciar muitas pessoas, espaços humanos e digitais com a verdade de Deus, a justiça, o amor e paz possam fluir até aos confins da terra”, encerrou.
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