“A esperança é uma luz na noite” e “A fé é uma viagem” estão disponíveis fisicamente na Itália, mas também para aquisição on-line; publicações aconteceram em vista do Jubileu
Da redação, com Vatican News
Nesta quarta-feira, 6, chegou às bancas da Itália e também para aquisição on-line, duas novas obras do Papa Francisco publicadas em vista do Jubileu. Os livros “A esperança é uma luz na noite” e “A fé é uma viagem”, da Livraria Editora Vaticana (LEV), são antologias com trechos dos discursos do Pontífice, além de dois textos inéditos, ou seja, as duas introduções.
Livro sobre a esperança
“A esperança é uma luz na noite”, com 92 páginas, traz meditações sobre essa “virtude humilde” da esperança, muitas vezes esquecida e negligenciada, que será tema do Ano Santo. O Papa Francisco, com os gestos e palavras, é uma testemunha dessa esperança, entendida como ação espiritual de quem não se rende à noite do mal no mundo. Aquele que vive da esperança, afirmou o Pontífice, colabora com Deus para “fazer novas todas as coisas”.
Em seu texto, o Papa reforçou que o Jubileu de 2025 é uma ocasião propícia para refletir sobre a esperança, virtude cristã fundamental e decisiva. Francisco citou que, atualmente, está em vigor a “terceira guerra mundial em pedaços”, e isso pode levar a um desânimo sombrio e cinismo mal disfarçado. Para enfrentar esta realidade, ele indica então a esperança.
“Esperar, de fato, não é um mero ato de otimismo, como quando, às vezes, esperamos passar em um exame na universidade (“esperamos conseguir”) ou esperamos que o tempo esteja bom para o passeio fora da cidade em um domingo de primavera (“esperamos que faça tempo bom”). Não, esperar é aguardar algo que já nos foi dado: a salvação no amor eterno e infinito de Deus. Aquele amor, aquela salvação que dão sabor ao nosso viver e que constituem a base sobre a qual o mundo permanece de pé, apesar de toda a maldade e crueldades causadas por nossos pecados de homens e de mulheres”, frisou.
A esperança, pontuou o Santo Padre, é também uma tarefa que os cristãos têm o dever de cultivar e fazer bom uso para o bem de todos. “Viver a esperança requer um ‘misticismo de olhos abertos’, como o grande teólogo Joseph-Baptist Metz a chamava: saber notar, em toda parte, atestados de esperança, o agir do possível no impossível, a graça onde poderia parecer que o pecado tenha corroído toda a confiança”.
Livro sobre a fé
No prefácio do livro “A fé é uma viagem”, Francisco recordou o tempo em que era padre em Buenos Aires e seu hábito de caminhar para visitar confrades sacerdotes, comunidades religiosas ou conversar com amigos. Ele salientou que caminhar faz bem, pois coloca o homem em relação com o que está acontecendo ao seu redor, descobrir sons, cheiros, ruídos.
“Caminhar é não ficar parado: crer significa ter dentro de si uma inquietação que nos leva a um ‘mais’, a mais um passo em frente, a uma altura a alcançar hoje, sabendo que amanhã o caminho nos levará mais longe – ou mais em profundidade, na nossa relação com Deus, que é exatamente como a relação com a pessoa amada da nossa vida, ou entre amigos: nunca terminado, nunca dado como certo, nunca satisfeito, sempre em busca, ainda não satisfatório. É impossível dizer com Deus: ‘Está feito, está tudo bem, basta’”, escreveu.
Por esta razão, o Papa ressaltou que o Jubileu de 2025, junto com a dimensão essencial da esperança, deve levar os católicos a uma consciência cada vez maior de que a fé é uma peregrinação e que todos, nesta terra, são peregrinos. Na sequência, ele desenvolveu reflexões sobre as três palavras que o peregrino vive em seu caminho: risco, esforço e meta. Por fim, o Pontífice assegurou: “Deus é a nossa meta”. “Com Deus, nunca podemos dizer que alcançamos, a Deus nunca chegamos: estamos sempre em movimento, permanecemos sempre em busca dele. Este caminhar rumo a Deus oferece-nos a certeza inebriante de que Ele nos espera para nos doar a sua consolação e a sua graça”.