Ano Santo

Abertura do Jubileu 2025 na diocese de Lorena: “graça, fé e misericórdia”

Com uma peregrinação até a Igreja Catedral, fiéis da diocese de Lorena deram início ao ano jubilar; abertura em nível local aconteceu hoje em dioceses e arquidioceses de todo o mundo

Jéssica Marçal
De Lorena (SP)

Bispo de Lorena, Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias / Foto: Reprodução TV Canção Nova

Com iniciativas de fé e esperança, dioceses e arquidioceses de todo o mundo realizaram, neste domingo, 29, a abertura, em nível local, do Jubileu 2025. Na diocese de Lorena (SP), onde está a sede da Comunidade Canção Nova, o bispo diocesano, Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, uniu-se ao clero e ao povo de Deus em uma peregrinação até a Catedral Nossa Senhora da Piedade, seguida de missa que marcou a abertura do ano jubilar na diocese.

Para essa abertura solene, eram aguardados cerca de seis mil fiéis das 30 paróquias que compõem a diocese. A concentração começou às 14h com o Terço dos Homens na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Lorena. Na sequência, Dom Joaquim deu início ao ato solene de abertura do jubileu.

Fiéis rezam o terço antes do ato solene de abertura do jubileu / Foto: Jéssica Marçal

Os fiéis puderam “ouvir” as palavras do Papa Francisco por meio da leitura de um trecho da bula de proclamação do Jubileu, Spes non confundit (A esperança não decepciona) antes de saírem em procissão pelo centro da cidade até a Igreja Catedral. Esta foi escolhida por Dom Wladimir como local de peregrinação para concessão das indulgências (observadas todas as prescrições) durante o ano jubilar.

A procissão percorreu cerca de dois quilômetros, alternando cânticos, louvores e oração com todo o povo reunido. Nem mesmo a forte chuva que caiu durante o percurso desanimou os fiéis. Na chegada à catedral, Dom Wladimir presidiu a Santa Missa campal.

Tempo de graça, fé e misericórdia

“Irmãs e irmãos, estamos começando o ano jubilar de 2025, um tempo de graça, de fé e de misericórdia que se espalha pela diocese de Lorena e por toda a Igreja. Este Ano Santo será um tempo repleto de atividades e reflexões que nos convidam a fortalecer nosso compromisso com a fé e celebrar a imensa misericórdia de Deus por nós”, disse o bispo logo no início da homilia.

Citando a bula papal, Dom Wladimir recordou que o Papa Francisco convida a Igreja a renovar a esperança em meio aos desafios dos tempos atuais. Isso com foco na reconciliação, no perdão, na paz. Mais que isso, o Jubileu é também a celebração da encarnação de Jesus Cristo, que veio habitar em meio aos homens e mostrar o caminho da salvação.

Com guarda-chuvas, fiéis participaram da Missa na Praça em frente à Catedral / Foto: Reprodução TV Canção Nova

Dom Wladimir citou os vários desafios atuais, como o cenário de guerras, divisões, violência e crise de fé, questões que tiram a vida e a esperança especialmente dos mais jovens. “Mas devemos viver com alegria e espalhar a esperança que foi derramada em nossos corações pelo Espírito Santo de Deus”.

Revisitar o Concílio Vaticano II

Nesse ano jubilar, o bispo pontuou o convite a revisitar o Concílio Vaticano II e seus principais documentos. Dois deles citados foram a Lumen gentium, que fala da Igreja como povo de Deus a caminho da salvação, e a Gaudium et spes, que reflete sobre a Igreja no mundo contemporâneo, promovendo a dignidade humana e a solidariedade.
“Precisamos estar abertos ao que o Espírito Santo fala à Igreja e a cada um de nós, sempre pedindo como os discípulos: ‘Senhor, ensina-nos a orar’, ou como Samuel: ‘Fala, Senhor, que teu servo escuta”.

“Que este Jubileu nos inspire a abraçar com generosidade o caminho da fé renovando nosso amor a Deus e aos irmãos.”
Dom Joaquim Wladimir

Oração, sacramentos, ecumenismo

Como forma de bem viver este ano jubilar, Dom Wladimir frisou a importância da oração e da participação nos sacramentos, especialmente o da confissão. Além disso, que se dediquem à prática da caridade.

“Esse caminho espiritual que estamos apenas começando e vamos percorrer, aliado à reflexão sobre os temas do jubileu, inspirará uma conversão pessoal e comunitária durante o ano de 2025”.

Outro ponto citado por Dom Wladimir foi o caráter ecumênico deste jubileu. Serão celebrados os 1700 anos do primeiro Concílio de Niceia, onde foi proclamada a fé em Cristo. “É uma oportunidade de redescobrir esta profissão de fé e fortalecer o diálogo com outras religiões que caminham em direção a Cristo”.

Ouvir e servir Jesus, a exemplo de Maria

Fundamental para um bom Jubileu será também a sua vivência em família. “Que possamos nos comprometer a cultivar a harmonia e o respeito fazendo de nossos lares lugares de oração e comunhão, igreja doméstica onde os valores do Evangelho sejam vividos e transmitidos”.

Dom Wladimir exortou os fiéis a ouvir Jesus e a servir-Lhe, seguindo o exemplo de Maria, que conservava todas as coisas meditando-as em seu coração.

“Que este Jubileu nos inspire a abraçar, com generosidade, o caminho da fé renovando nosso amor a Deus e aos irmãos. Que Nossa Senhora, Mãe da Esperança, interceda por nós para que, juntos, como família de Deus, possamos avançar na construção de uma sociedade mais irmã e pacífica”, concluiu o bispo.

Sobre o Jubileu

O Jubileu 2025, que tem como tema “Peregrinos de Esperança”, começou no último dia 24 de dezembro quando o Papa Francisco abriu a Porta Santa da Basílica de São Pedro no Vaticano. O Ano Santo seguirá até 6 de janeiro de 2026.

A bula de proclamação, Spes non confundit, do Papa Francisco, é dividida em 25 pontos, contendo súplicas, propostas, apelos em favor dos presos, dos doentes, dos idosos, dos pobres, dos jovens.

Este é um jubileu ordinário, ou seja, daqueles que acontecem a cada 25 anos.

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