De volta a Roma

Bento XVI deixa a Austrália depois do grande encontro da JMJ

Bento XVI deixou hoje a cidade australiana de Sidney, concluindo a nona visita ao estrangeiro do seu pontificado, iniciado em Abril de 2005. A mais longa viagem do atual Papa ficou marcada pela celebração da Jornada Mundial da Juventude, com centenas de milhares de jovens de todo o mundo.

No aeroporto de Sidney, o Papa fez questão de afirmar que “foram os jovens a fazer desta jornada um evento eclesial de caráter global, uma grande celebração da juventude, uma grande celebração do que deve ser a Igreja”.

Após ter agradecido a presença de peregrinos de todo o mundo, às autoridades civis e militares, aos organizadores, populações e famílias australianas e neozelandesas que acolheram os participantes na JMJ, Bento XVI passou em revistas alguns momentos mais marcantes destes dias emocionantes.

A visita ao túmulo da Beata australiana, Mary MacKillop, a Via Sacra nas ruas de Sidney, o encontro com os jovens em Darlinghurst e com responsáveis ecumênicos e de outras religiões foram enunciados antes dos “pontos culminantes”, vividos na vigília de Sábado e na Missa de Domingo, com mais de 400 mil peregrinos.

“A Jornada Mundial da Juventude mostrou-nos que a Igreja pode alegrar-se com os jovens de hoje e encher-se de esperança pelo mundo de amanhã”, disse o Papa.

Desde a passada Quinta-feira, nos vários encontros com os jovens peregrinos, autoridades políticas e responsáveis religiosos na Austrália, Bento XVI ressaltou, sobretudo, duas questões principais: o papel da fé na vida pessoal e no espaço público, num mundo cada vez mais marcado pelo relativismo e a secularização; e a preocupação com o futuro da humanidade, seja pela exploração dos recursos do planeta, seja pelo desnorte em termos de princípios e valores.

Bento XVI relembrou também do diálogo entre cristãos e entre religiões ou os direitos dos aborígenes, com mais visibilidades nas várias cerimônias da JMJ, onde houve sempre lugar para manifestações das culturas nativas da Oceânia.

A viagem à Austrália foi ainda oportunidade para o Papa pedir desculpa pelos casos de abusos sexuais de menores, por parte do clero, situações classificadas como uma “vergonha”, que devem implicar a Igreja no apoio às vítimas e na condenação dos seus rsponsáveis, inclusive diante da justiça.

Segunda-feira, antes da partida, Bento XVI celebrou Missa na presença de um “grupo representativo” de vítimas, “como expressão da sua solicitude pastoral” para com estas pessoas. Segundo comunicado oficial da Santa Sé, neste encontro, não previsto no programa original da viagem, o Papa “ouviu as suas histórias” e “consolou” estas pessoas.

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