Em seu penúltimo dia no Panamá, Francisco celebrou uma missa na catedral que foi palco de grandes eventos eclesiásticos no país
Da redação
O Papa Francisco, em seu penúltimo dia no Panamá, em virtude da 32ª edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) celebrou uma missa na Catedral Basílica de Santa Maria la Antígua, neste sábado, 26.
Durante a homilia, o Sucessor de Pedro falou sobre o cansaço de Jesus Cristo, do quão exaustiva foi Sua caminhada. E comparou a exaustão do Filho de Deus com o cansaço da humanidade. “Seria impossível tentar abraçar todas as situações que quebrantam a vida dos consagrados, mas, em todas elas, sentimos a necessidade urgente de encontrar um poço onde se possa aplacar e saciar a sede e o cansaço do caminho. Todas elas reclamam, como um grito silencioso, um poço donde começar de novo”, disse.
Este cansaço surge, segundo o Papa, numa Igreja ferida que não soube escutar os gritos do Mestre. “Aparentemente tudo parece continuar dentro da normalidade, mas na realidade a fé deteriora-se e degenera. Decepcionados com uma realidade que não compreendemos ou na qual pensamos já não haver lugar para a nossa proposta, podemos conferir cidadania a uma das piores heresias possíveis no nosso tempo: pensar que o Senhor e as nossas comunidades não têm nada para dizer nem dar a este mundo novo em gestação”, ponderou Francisco.
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O Pontífice também lembrou as origens da Catedral em que presidia a missa. O quão importante se tornou ao longo dos anos, o quanto seu significado cresceu no coração e na vida dos fiéis. “Não me parece sem significado um acontecimento como este duma Catedral que reabre as portas depois dum longo tempo de restauro”, disse. “Experimentou o transcorrer dos anos, como testemunha fiel da história deste povo e, com a ajuda e o trabalho de muitos, quis presentear-nos de novo com a sua beleza. Mais do que uma reconstrução formal, que sempre tenta voltar a um original passado, procurou reencontrar a beleza dos anos abrindo-se para hospedar toda a novidade que o presente lhe podia oferecer”, reiterou.
Próximo ao final da cerimônia, o Papa ungiu o altar com o Óleo do Crisma ― um gesto pouco usual por parte do Santo Padre quando está longe de Roma. “Irmãos, não deixemos que nos roubem a beleza herdada dos nossos pais! Seja ela a raiz viva e fecunda que nos ajuda a continuar fazendo bela e profética a história da salvação nestas terras”, exaltou Francisco.