Relatório

No Sínodo, cardeal fala sobre casais divorciados recasados

Relator geral do Sínodo destaca que casais divorciados recasados civilmente pertencem à Igreja e merecem cuidado

Da Redação, com Rádio Vaticano

Cardeal Erdo apresenta relatório na assembleia sinodal / Foto: Reprodução CTV

Cardeal Erdo apresenta relatório na assembleia sinodal / Foto: L’Osservatore Romano

O relator geral do Sínodo sobre família, Cardeal Péter Erdő, apresentou um relatório na 1ª Congregação Geral realizada nesta segunda-feira, 6. O documento dedica uma parte ao tema dos divorciados recasados, às convivências e casamentos civis.

“Os divorciados recasados civilmente pertencem à Igreja, precisam e têm o direito de ser acompanhados por seus pastores”, disse o cardeal na leitura do relatório. O documento assinala ainda que muitas contribuições enviadas pelas Igrejas locais reiteram a importância de levar em conta ‘a diferença entre quem rompeu o matrimônio e quem foi abandonado’, sugerindo que a Igreja cuide deles de modo especial.

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“Em cada igreja deve haver um sacerdote ‘devidamente preparado, que possa prévia e gratuitamente aconselhar os casais sobre a validez de sua união’. Depois do divórcio, esta verificação deve prosseguir no contexto de um diálogo pastoral sobre as causas do fracasso do matrimônio precedente, identificando as razões da nulidade. Se tudo isso se der na seriedade e na busca da verdade, a declaração de nulidade libertará as consciências de ambas as partes”.

Neste campo, o Sínodo vai trabalhar na hipótese de que, em certos casos, o próprio bispo diocesano possa formular uma declaração de nulidade matrimonial, em via extrajudicial.

O relatório sublinha ainda que “seria desejável que o Sínodo olhasse além da esfera dos católicos praticantes e, considerando a situação complexa da sociedade, tratasse das dificuldades sociais e culturais que pesam na vida matrimonial e familiar”.

“Os problemas não se referem apenas à ética individual, mas a estruturas de pecado hostis à família, em um mundo de desigualdade e de injustiça social, de consumismo por um lado e pobreza do outro. As rápidas mudanças culturais, em todos os âmbitos, empurram as famílias para um processo que coloca em dúvida a tradicional cultura familiar e muitas vezes, a destrói. Por outro lado, a Família é quase a última realidade humana acolhedora neste mundo dominado exclusivamente pelas finanças e a tecnologia. Uma nova cultura de Família pode ser o ponto de partida para uma nova civilização humana”.

Segundo este relatório apresentado por Dom Erdo, o maior desafio desse Sínodo é dar respostas “reais e impregnadas de caridade” aos problemas que, de forma especial nos dias de hoje, atingem a família.

O documento aborda ainda outros temas, como o Evangelho da família no contexto da evangelização, as pastorais familiares e o Evangelho da vida.

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