Padre Edimilson Lopes e Moisés Rocha conduziram as pregações desta segunda manhã de PHN na sede da Canção Nova
Jéssica Marçal
Da Redação

Padre Edimilson Lopes se concentrou no tema da salvação / Foto: Larissa Ferreira
Manhã repleta de espiritualidade nesta quinta-feira, 11, para os jovens que participam do Acampamento PHN na sede da Comunidade Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP). Um forte momento de adoração eucarística, conduzida por missionários e músicos da comunidade, deu início à programação do dia.
A primeira pregação foi com o padre Edimilson Lopes, da Comunidade Canção Nova e fundador da missão Jovens Sarados. Ele entrou na programação substituindo o padre Paulo Ricardo, que estava confirmado para o evento, mas foi acometido por uma faringite e está afônico, o que impossibilitou sua participação.
“Esse fato ocorrido com o padre Paulo me deixou muito claro que o nosso combate é espiritual. Num âmbito espiritual, parece que tudo concorre para que a gente não tenha aquela experiência com Deus, mas o nosso Deus é maior que tudo, que todos e por isso a nossa resposta é continuar”, disse o missionário Pitter Di Laura, que está à frente da espiritualidade PHN. Ele convidou o público a rezar pelo padre Paulo.
Corresponder à graça da salvação
Padre Edimilson abriu sua pregação com a oração associada a São Bento, santo celebrado hoje pela Igreja. A reflexão foi centrada no sentido da salvação, uma das três palavras-chave do tema do PHN deste ano.
O sacerdote enfatizou a mensagem de que a salvação é uma graça de Deus, não veio por merecimento. E assim sendo, é preciso viver uma vida de correspondência a essa graça. O que vai se opor a isso é o pecado. “Graça e pecado são como água e óleo, não se misturam”, comparou.

Público acompanha as pregações do PHN no Centro de Evangelização, na sede da Canção Nova / Foto: Larissa Ferreira
A salvação precisa de uma resposta, frisou padre Edimilson. Ela entrou na vida do cristão no momento do Batismo, mas precisa de uma vida que elimine tudo o que não corresponda a ela. Nisso entra o sentido do PHN – Por Hoje Não vou pecar. “Se eu quero viver o mistério da salvação na minha vida, eu preciso proclamar, todos os dias, Por Hoje Não.” E acrescentou: “Filho, se verdadeiramente você quer viver como salvo, chegou a hora do rompimento. Não tem como misturar água e óleo. Ou você é, ou você não é. Não tem como viver lá e cá.”.
Perseverar: meta é a santidade
O problema, ressaltou o sacerdote, é perseverar nesse rompimento. Ele comentou que, às vezes, depois de uma experiência de salvação – como muitos experimentam no PHN – a pessoa começa a “relaxar” e volta a viver comportamentos antigos. Citando São Tomás, padre Edimilson observou que o demônio estuda justamente os pontos fracos de quem ele pretende derrotar. A medida contra isso é procurar imitar cada vez mais a vida de Jesus, sabendo viver a radicalidade para não ceder nos pontos fracos.
“Nós precisamos evoluir. Como foi o PHN de 2025? Foi maravilhoso! Mas qual é o fruto que você está colhendo? O que mudou concretamente na sua vida?”, questionou.
Dentro do projeto de salvação, a meta é a santidade, afirmou padre Edimilson. Todos nasceram para o céu, para a eternidade, para o paraíso. O convite final do padre foi para que cada um se deixe modelar pela graça da salvação já dada por Deus.
Fé e conversão

Moisés Rocha prega no PHN 2025 / Foto: Larissa Ferreira
Na segunda pregação da manhã, o fundador da Comunidade Filhos de João Batista, Moisés Rocha, abordou o tema “fé e conversão”. A reflexão teve como base a figura de Timóteo, a partir de uma das cartas escritas a ele pelo apóstolo Paulo: “Ninguém te menospreze por seres jovem. De tua parte, procura ser para os que crêem um exemplo, pela palavra, conduta, pelo amor, pela fé, pela castidade” (1 Tm 4, 12).
Pregador católico há 30 anos, Moisés lembrou que, há alguns dias, a Igreja celebrou a solenidade de São Pedro e São Paulo. Pedro é aquele escolhido por Jesus para ser a “pedra” da Igreja, recordou; e Paulo, aquele que se tornou “coluna” da Igreja. “Paulo é o maior pregador da história da Igreja Católica”, comentou.
Moisés contou brevemente a história de Timóteo, um jovem que, ao encontrar o apóstolo Paulo, pediu para ser batizado no Espírito Santo. Timóteo tornou-se ajudante de Paulo na pregação, tornou-se também ele um grande pregador – tendo conseguido converter sua mãe e sua avó – e chegou a ser bispo da Igreja. Mas a vivência da missão traz dificuldades, observou Moisés. Ele citou três situações, traçando um paralelo com o que muitos jovens vivem hoje: conflitos familiares, pessoais e religiosos.
Os desafios dos “Timóteos” atuais
Em primeiro lugar, os conflitos familiares. Timóteo converteu a mãe e a avó, mas para isso certamente enfrentou pressões internas no seu seio familiar, refletiu Moisés. Ele havia sido batizado no Espírito, havia assumido uma missão, mas sua família não. Da mesma forma se passa com os chamados “jovens PHN”: de repente, voltando para casa, a família não aplauda nem acolha tudo o que esse jovem viveu no acampamento.
“E está tudo bem”, repetiu Moisés em vários momentos da pregação. “Volta para tua casa cheio de paz. Sua atitude e a glória de Deus vão mostrar para a sua família o que Ele fez na sua vida”. E não é para entrar em conflito, orientou o pregador. O jovem precisa colocar o pé no chão – uma vez que o coração está no céu – e ter equilíbrio emocional para não perder tudo o que viveu no PHN. “Não casse confusão na sua casa, porque quem conheceu Jesus foi você (…) Estando equilibrado, a pressão da sua casa não te incomoda”.
O segundo ponto indicado por Moisés foi o conflito pessoal, ou seja, o que cada um precisa enfrentar consigo mesmo. Paulo, em uma das cartas, propôs a Timóteo que ele cuidasse de si, principalmente quando Timóteo começou a ter problemas de saúde. Hoje, parafraseando Paulo, Moisés propôs aos jovens que também enfrentem a si mesmos, cuidem de si mesmos, tenham maturidade espiritual e emocional. “Faça terapia, leia livros, escute palestras, pregações, faça uma academia, cuide da sua saúde, organize a sua vida”, exortou.
E por fim, Moisés comentou os conflitos religiosos, em especial falando dos jovens. Acontece do jovem muitas vezes não ter espaço para atuação na Igreja justamente por sua juventude, por questões de maturidade e a ideia de que tem dificuldade em assumir responsabilidades. Por isso, observou Moisés, o Papa João Paulo II abraçou a juventude, o Papa Francisco abraçou a juventude, dizendo que os jovens precisam estar na Igreja.
“A santidade precisa traspassar o banco da paróquia”, disse o pregador, exortando os jovens a amarem o padre, o bispo, a paróquia. “Mete a cara na Igreja, ela é sua casa, ela é o seu lugar. Com o tempo, as coisas vão se encaixando no seu devido lugar”.
“Num primeiro momento”, acrescentou, “o jovem ocupa na Igreja aquilo que pode, depois começa a ocupar aquilo que conquistou”, disse Moisés lembrando que o jovem Timóteo se tornou bispo.
Para isso, indicou, é preciso estudar, muito, e dedicar-se às Sagradas Escrituras. “Tudo o que você precisa está dentro da sua Bíblia”. E concluiu: “O lugar que é seu na sua paróquia já está reservado, Deus colocou na sua vida chamado, vocação. A obra é de Deus, ninguém vai tocar na missão que Deus tem para você”.
Programação continua
A programação do PHN segue na parte da tarde. A pregação às 13h50 será com o diácono Renné Viana, seguida do Terço da Misericórdia. A missa de hoje, às 16h, será presidida pelo padre Roger Luís. À noite, tem shows: Flávio Victor (21h), Amor e Adoração (22h15) e Colo de Deus (23h30).