Último dia do Acampamento São Miguel Arcanjo contou com pregações de padre Adriano Zandoná e frei Gilson, que refletiram sobre busca pela verdade
Gabriel Fontana
Da Redação

Padre Adriano Zandoná / Foto: Reprodução TV Canção Nova
Neste domingo, 28, milhares de peregrinos participaram do último dia do Acampamento São Miguel Arcanjo, na sede da Comunidade Canção Nova em Cachoeira Paulista (SP).
Na primeira pregação do dia, padre Adriano Zandoná, da Comunidade Canção Nova, baseou sua reflexão em um trecho da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios. Nele, o apóstolo escreve que “o deus deste mundo cegou a inteligência desses incrédulos, para que eles não vejam a luz esplendorosa do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Cor 4,4).
Recordando os antigos filósofos gregos, ele citou que cada indivíduo tem dois apetites: o sensitivo, que tem a ver com os instintos primitivos e está ligado à gula e à luxúria, e o racional, que é a “inteligência da alma”, capaz de escolher a verdade. “O ser humano que não usa o apetite racional vive como animal”, assinalou.
Diante disso, padre Adriano alertou para a busca irrefreada dos prazeres momentâneos, apontando para a importância do apetite racional. “A inteligência da alma pondera, pensa e vê aquilo que é gostoso e aquilo que não é gostoso, mas é melhor, e escolhe o melhor, mesmo com prejuízo para o prazer. Essa é uma pessoa que enxerga a vida, espiritualmente sã, que tem o ‘olho da alma’ aberto”, enfatizou.
Escolher a verdade
O missionário da Canção Nova frisou ainda que o diabo tenta apresentar o pecado ao homem como algo bom e necessário. Contudo, é preciso sempre escolher aquilo que trará o bem maior a longo prazo. “O inimigo está em todos os momentos mostrando a mentira com embalagem de verdade, o errado com embalagem de certo, o feio com embalagem de belo, e a gente vai perdendo a referência do que é certo e do que é errado”, expressou.
“Se você só alimenta sua alma com mentiras e coisas prazerosas”, prosseguiu o sacerdote, você vai viver como animal”. Neste contexto, ele indicou que é preciso criar referências positivas para a própria inteligência para que se tenha uma vontade cada vez maior de aderir à verdade. “Deus chama você a não ser um animal, mas a ser alguém que escolhe o céu em cada pequena coisa, ainda que não seja agradável, que não me cause prazer”, acrescentou.
No final de sua pregação, padre Adriano listou alguns elementos que contribuem com a cegueira espiritual. Ele enfatizou o valor da confissão, citando os pecados não confessados, a falta de arrependimento, o excesso de consentimento ao mal e a desobediência aos mandamentos de Deus como fatores que atrapalham a vida espiritual. Além disso, alertou para os riscos da tibieza e indicou a devoção à Palavra de Deus e à Eucaristia como antídotos.
“Que a tua fé não seja de aparência!”

Frei Gilson / Foto: Reprodução TV Canção Nova
Na sequência, Frei Gilson, CMES, fez a sua terceira pregação neste acampamento. Retomando o tema da cegueira espiritual abordado nos outros momentos de reflexão, ele recordou o que já havia falado até então baseado no relato bíblico da cura de um cego de nascença por Jesus, prosseguindo com a história (Jo 9,14-41).
O religioso frisou que todos os seres humanos vivem um processo de cura espiritual. Diante disso, exortou todos a se apegar à verdade, esforçando-se para permanecer nele. “Que a tua fé não seja de aparência! Que aquilo que você expressa exteriormente seja aquilo que você tem interiormente”, enfatizou.
Jesus quer sempre te acolher
A pregação centrou-se sobretudo na conversa entre os fariseus e o cego curado. Ele foi questionado sobre o milagre que havia acontecido, sendo dissuadido a não reconhecer Jesus como Filho de Deus. Diante disso, Frei Gilson alertou como o mundo age em repulsa à verdade.
“A verdade está na frente das pessoas e elas não querem admitir”, salientou o carmelita, assinalando que enquanto Deus pede a verdade, o mundo a rejeita, ameaçando aqueles que a anunciam. “Fique do lado da verdade e você sempre será um vencedor”, sublinhou o religioso, acrescentando que se alguém é rejeitado ou expulso por causa de Cristo, isso não é motivo de humilhação, mas de alegria.
Frei Gilson explicou que existem divisões que têm origem no mal ao passo que outras são celestiais, divinas. “A divisão do diabo leva você para a morte. A divisão de Cristo leva você para a vida, separa você do joio para que você não combine com as astúcias do mal”, explicou.
“Quando você é expulso do mundo, significa que você foi acolhido por Cristo”, insistiu o religioso, assinalando que a verdade torna o indivíduo mais forte. A fé madura tira o ser humano da cegueira espiritual e o leva à adoração de Deus, contemplando a verdade. “Jesus nunca te expulsa nem te rejeita: ele quer sempre te acolher”, finalizou.