Missa campal foi presidida pelo Cardeal Odilo Scherer na Praça da Sé
Da Redação, com Arquidiocese de São Paulo
Em São Paulo, uma missa campal na Praça da Sé marcou a Solenidade de Corpus Christi. A celebração foi presidida pelo arcebispo local, Cardeal Odilo Scherer, e concelebrada por bispos auxiliares e pelo clero da arquidiocese.
Em entrevista ao repórter Sidinei Fernandes, o bispo auxiliar de São Paulo, Dom José Benedito Cardoso, comentou o significado da solenidade. Assista abaixo:
Na homilia, o arcebispo recordou que, ao longo da história, tornou-se tradição dos povos oferecer pão e vinho em ação de graças a Deus. Mas acima do rito em sim, o mais importante sempre foi a atitude de adoração ao Senhor e a conduta de uma vida reta, com justiça e santidade diante de Deus e dos homens.
“Nós também, com a Eucaristia, oferecemos pão e vinho, continuando o gesto feito por Jesus na Última Ceia, e que recomendou aos apóstolos ‘Façam isso em memória de mim’. É um gesto pelo qual os apóstolos não lembram simplesmente da Última Ceia, mas lembram Dele, do que Ele fazia e do que significava aquele gesto, que indicava o seu corpo entregue sobre a cruz e seu sangue derramado como sinal da nova e eterna aliança”.
Solidariedade
Ao comentar o Evangelho da solenidade – que narra o episódio em que Jesus multiplica os pães e os peixes – Dom Odilo apontou que a Eucaristia também é sinal de partilha. Ele pediu que os fiéis olhem para a realidade que os cerca em diferentes regiões da cidade e pratiquem as obras de misericórdia com os mais pobres, entre os quais as pessoas em situação de rua.
Alimentos, roupas e cobertores que alguns dos fiéis levaram para a celebração de Corpus Christi na Praça da Sé foram recolhidos e serão destinados a projetos mantidos pela Igreja em São Paulo em favor dos mais pobres.
“Hoje, quero agradecer e manifestar minha admiração a todos que durante estes mais de dois anos de pandemia arregaçaram as mangas. Quantos se organizaram nas nossas paróquias, comunidades, pastorais e movimentos para dar de comer a quem tem fome, doar uma roupa, um cobertor, um calçado, água e acudir a quem está doente”, ressaltou.
Gratidão e compromisso
O arcebispo também convidou os fiéis a render graças a Deus pela possibilidade de ponderem celebrar presencialmente a solenidade de Corpus Christi após os dois anos da fase mais intensa da pandemia. Também convidou a agradecer a Deus pelo dom da vida e continuar a se precaver do coronavírus, cuidando, assim, da própria saúde e do próximo.
Por fim, voltou a enfatizar que os fiéis devem participar das missas e externou sua preocupação com o fato da maioria dos que se declaram católicos na cidade de São Paulo não irem às missas regularmente.
“Quando não mais participamos da missa, nos desligamos da Igreja. E é trabalho para todos nós, discípulos-missionários, pensar sobre o que devemos fazer para ajudar os nossos irmãos a compreender melhor a importância de ir à missa.”
Procissão de Corpus Christi
Após a missa, houve a adoração ao Santíssimo e a procissão pelas ruas do centro da cidade. O tapete foi montado na Praça da Sé por membros de pastorais e grupos da Igreja em São Paulo que atuam em prol da população em situação de rua.
Do marco zero da cidade, a procissão teve continuidade pelas ruas da região central, com paradas para orações e reflexões em frente ao Pateo do Collegio, ao Mosteiro da Luz e no Viaduto Santa Ifigênia, antes da chegada à frente a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição – Santa Ifigênia, onde o Cardeal deu a bênção final aos fiéis com o Santíssimo.
Na tarde e na noite da quinta-feira, 16, todas as paróquias da arquidiocese realizam celebrações e procissões por ocasião da Solenidade de Corpus Christi.