Veja a segunda reportagem da série sobre adultização de crianças

A exploração e a exposição infantil nas redes sociais são motivos de preocupação para muitos pais. Na segunda reportagem da série Adultização: Efeitos e Prevenção, nossa equipe ouviu profissionais de diversas áreas e mostra quais são as orientações adequadas a respeito dessas temáticas.

Reportagem de Gabriela Matos e Ersomar Ribeiro

Após compreender o que é adultização, vamos saber o que profissionais dizem sobre a exposição e exploração de crianças e adolescentes e como orientar pais e familiares na proteção aos menores.

A idade mínima para trabalho formal no Brasil é 16 anos, mas a partir dos 14 é permitido o trabalho na condição de menor aprendiz. A lei protege os menores para que possam estudar e exercer o que é esperado para essa fase da vida. Os profissionais reforçam, no entanto, a diferença entre trabalho infantil e participação nas responsabilidades da casa, como guardar brinquedos e ajudar a manter o ambiente organizado.

“A consciência tem que começar primeiro dos pais, para que evitem essa cobrança. Exigir comportamentos, é diferente exigir uma cobrança que a pessoa se torne adulta antes da hora. E valorizar a infância, valorizar a infância, mostrar para a criança e pro adolescente que aquela fase é uma fase de brincadeiras, é uma fase de estudo, é uma fase de aprendizado”, apontou o procurador do trabalho, Paulo Neto.

Há diversas formas de exploração infantil e a internet acabou por facilitar a ação de criminosos. Especialista em crimes virtuais, esse advogado traz exemplos de infrações às quais os menores estão sujeitos na internet, como em plataformas de jogos. “Cada vez mais trazem propostas de recompensa para a criança, entre outros elementos atrativos que fazem com que essa criança e esse adolescente se interessem cada vez mais por participar, adentrar essas redes e acabam sendo aliciadas para crimes sexuais”, analisou o especialista em crimes virtuais, Ricardo Magno.

O advogado lembra que um dos motivos para a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990 foi a grande exposição e sexualização da imagem da criança. “Volta agora com a questão das mídias sociais, onde a criança é colocada num contexto que é um contexto adulto e a criança não está preparada para essa função”, retomou Ricardo.

Esse conselheiro reforça o papel da sociedade na proteção das crianças e incentiva a denúncia quando se desconfiar de algo fora do normal. “Principal canal de denúncias que a gente tem hoje é o Disque 100. A ligação é gratuita e a gente tem também em todo o território nacional, em cada município, o Conselho Tutelar”, afirmou do Fórum Colegiado Nacional de Conselhos Tutelares, Gustavo Camargos.

Ele ainda lembra a grande rede de proteção à criança e ao adolescente. “Se for pela lógica do crime, eu posso fazer essa denúncia para Polícia Militar no 190, para Polícia Civil no 197. Eu posso procurar o Ministério Público da minha cidade, a Defensoria Pública”, concluiu Gustavo. 

Na última matéria da nossa série, vamos mostrar a visão moral sobre o assunto e como a igreja orienta as famílias para a proteção dos menores.

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