Série Combustível do futuro

Vale do Paraiba investe no cultivo da semente de uma nova energia

No Vale do Paraíba as pesquisas com as sementes do pinhão manso começaram há um ano e meio no Instituto Agronômico de Pindamonhangaba (SP). O canteiro de areia é o berço da promessa de uma nova energia para o futuro que está nascendo. As sementes de pinhão manso, colhidas na região e outras vindas do Paraná, Minas Gerais e até do Paraguai, dão uma nova esperança ao produtor rural.

O objetivo é descobrir qual o tipo de planta que irá se adaptar melhor na região. Delas surgirá óleo vegetal para ser transformado em biodiesel. A agrônoma Cristina afirma que o momento exige cautela. Nem tudo que vem sendo divulgado pela mídia é verdade.

A planta não suporta água em excesso. No canteiro as mudas que receberam as últimas chuvas da região se desenvolveram menos que as outras ao lado. E os problemas não param por ai. “ Nós tivemos problemas com cigarrinhas das pastagens, com ácaros, com a broquinha que dá no caule”, diz a agrônoma.

Já no campo as árvores do pinhão manso dividem espaço com as leguminosas, plantas que servem para nutrir o solo com nitrogênio, pequenos nódolos que se formam na raíz da planta. Os cuidados estão sendo redobrados no Instituto até mesmo antes do plantio. Biofertilizantes, como a urina de vaca que serve de nutriente para a planta faz perte da pesquisa. Cristina diz que “ partindo desse princípio, utilizando o bastão verde e o consórcios, melhora bastante o cultivo das oleaginosas”.

As primeiras floradas já despontam em meio ao pé do pinhão manso, em pouco tempo elas se transformarão em fruto e dentro dele a semente do futuro.

A árvore pode durar cerca de 40 anos, e dependendo das condições do cultivo, pode atingir a capacidade máxima de produção de frutos a partir do terceiro ano de vida. A quantidade de grãos também depende das condições climáticas, do solo, da poda e dos cuidados na hora do plantio. Pedro, produtor rual, já plantou dois ectares na fazenda dele a título de experiência e diz estar empolgado com o desenvolvimento do plantio. “ Desse plantio inicial aqui, de 1300 mudas, nós teremos condições de fornecer sementes para outros diversos produtores rurais que se interessarem pelo plantio da árvore.

Carlos arruda é vice persidente de uma associação de agricultores da região. A entidade foi criada a dois anos e meio. Há pouco mais de um ano quando ouviu falar do pinhão manso percebeu que as chances da planta se dar bem na região eram grandes e por uma simples razão: O pinhão manso já é utilizado há muito tmpo na zona rural de Taubaté como cerca viva para impedir que o gado fuja dos pastos.

Algumas dessas árvores atingem até quatro metros de altura. O pinhão manso oferece fruto durante o ano todo com um simples balanço dos galhos. Dificuldade mesmo tem sido conseguir creditos para o plantio da lavoura. “Hoje a dificuldade maior que a gente enfrenta é a falta de integração para recursos pra essas pesquisas e para os plantios comerciais que já se iniciaram poderiam ser feitos em larga escala”, declara Carlos.

A associação já conta hoje com mais de 400 associados em toda a regiao do Vale do Paraíba. Atualmente já estão sendo plantados 100 ectares de pinhão manso. O objetivo é fornecer grãos para a demanda de 650 mil ectares em toda a região.

Ainda há muito trabalho pela frente. A associação pretende produzir o óleo para vendar às industrias. “ A cada cinco mil ectares de plantio vai ter uma estratura. O fator logístico é muito mais fácil, nós estamos numa área grande ficando dificil ficar transportando grãos”, conclui Carlos.

Por enquanto, a energia do futuro é movida a cautela e paciência.

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