Alguns medicamentos utilizados para tratamentos neurológicos têm sido usados para outras finalidades, que colocam em risco a vida de quem usa.
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Basta entrar na internet, para encontrar sites vendendo medicamentos controlados sem receita médica. A oferta é de remédios destinados ao tratamento de doenças psiquiátricas ou neurológicas, que tem sido procurados por profissionais e estudantes que querem passar em provas de concursos, exames da faculdade e até emagrecer.
O uso de uma medicação deve ser feita com orientação médica depois de um diagnóstico seguro e preciso. O problema é quando a busca pelo remédio é ilegal e a procura pelos efeitos que ele pode ocasionar se torna maior que os cuidados com a própria saúde.
Os mais procurados têm sido os chamados remédios da obediência, que controlam a hiperatividade e estimulam a atenção.
"Esses remédios não são livres de efeitos colaterais, então essas pessoas podem ter alguns efeitos colaterais, alguns deles graves, quando elas fazem sem ter o acompanhamento médico. As pessoas pegando o medicamento no mercado negro e usando, estão sim colocando sua saúde em risco", explica o psiquiatra Arthur Kummer.
Para a psicanalista, Silvia Grebler Myssior, no caso de remédios que controlam a hiperatividade, mesmo em casos com diagnóstico, a indicação deve ser cautelosa.
"Pode ser até que alguns raros casos de lesões neurológicas haja, de acordo com os médicos, a necessidade de alguma medicação. Agora, da maneira como ela tem sido feita me parece que é uma questão ideológica, está mal colocada e a sociedade precisa debater essa questão", afirmou.
Para não pôr a saúde em risco, a orientação é nunca se automedicar. "Para as crianças e os adolescentes que têm TDAH [transtorno do déficit de atenção com hiperatividade], a questão é um acompanhamento médico, mas para aquelas pessoas que começam a abusar remédios, obviamente, sem acompamento médico, elas colocam a vida delas em risco", reforçou Kummer.