Darwinismo Digital é um fenômeno irreversível que estimula o progresso da humanidade por intermédio da tecnologia
André Prado*
A utilização da tecnologia no mundo contemporâneo – o paradoxo tecnológico
A tecnologia é uma maldição ou uma bênção? A resposta é simples: depende de quem faz uso dela. Existem os que usam computadores para produzir o bem enquanto outros o utilizam para projetar armas de destruição em massa.
Atualmente temos sofisticadas aeronaves utilizadas para o transporte de passageiros. Em contrapartida, existem aviões usados nas guerras que fazem uso de tecnologias impactantes capazes de promover a destruição.
Quase tudo o que foi criado em termos tecnológicos está vinculado à dualidade: o bem e o mal. As aplicações do raio laser, por exemplo, podem ter diversas finalidades. Desde produzir benefícios na medicina, ciência e indústria até ao uso militar.
A tecnologia é vista por muitos mais como uma ameaça do que como uma vantagem. Descrevendo de forma resumida, as Eras Econômicas geraram mudanças significativas na vida da humanidade. O homem inicialmente vivia do cultivo e o seu sustento predominantemente era extraído do plantio.
Pode-se dizer que os meios utilizados para subsistência naquela época eram simplórios, artesanais e rudimentares. Mas eis que surge a industrialização criando mudanças ainda mais significativas em termos sociais, econômicos, culturais e tecnológicos. Com o surgimento de equipamentos agrícolas, muitos perderam a forma de sobrevivência no campo. Inclusive hoje em dia os latifundiários não precisam contratar um número considerável de trabalhadores considerando as tecnologias disponíveis para o agronegócio. Depois deste período os seres humanos ingressaram na Era Digital e mudanças ainda mais drásticas foram produzidas.
Inovações que revolucionaram a humanidade
A Tecnologia da Informação (TI) trouxe significativas inovações propiciando alterações impressionantes para a humanidade. Somente nas últimas décadas vividas, surgiram tecnologias que provocaram uma revolução na forma com que as pessoas pensam, agem e se comunicam entre outros fatores.
Com esses avanços foi ressuscitada a preocupação com a desmobilização da mão de obra. Tal preocupação faz sentido, pois o desemprego foi ampliado e impactos negativos foram criados. Porém, alguns podem achar que chegamos ao ápice da evolução tecnológica. Caso alguém pense assim, está totalmente equivocado. Nas próximas décadas o avanço da automação, robótica, inteligência artificial ocorrerá de forma exponencial. Alguns indícios do progresso sem precedentes já são perceptíveis levando-se em consideração a criação de carros inteligentes, o reconhecimento facial e o desenvolvimento de alguns algoritmos de computadores entre outros.
Nos países desenvolvidos, a evolução tecnológica nos próximos anos ocorrerá de forma ainda mais rápida e espantosa em relação aos emergentes.
A tecnologia nas organizações
O uso da tecnologia é um caminho sem volta na história da humanidade. Não existe mais como frear, retardar ou voltar no tempo em relação ao desenvolvimento tecnológico. O domínio desta questão tornou-se inclusive uma vantagem competitiva para pessoas, organizações e países.
Observando por esta ótica, alguns podem traçar um cenário sinistro para o futuro. Provavelmente a tecnologia ainda desempregará muitos trabalhadores. Entretanto, ela também é capaz de gerar muitos empregos.
A diferença é que esta exige, na maioria das vezes, mão de obra qualificada para acompanhar o crescimento do comércio eletrônico, necessidade de aplicativos, criação de páginas da internet e assim por diante. A tecnologia também gera por consequência empregos que não exigem alta qualificação, como operadores de telemarketing, motoboys e atendentes entre outros.
A tecnologia também está mudando a forma de alguns desenvolverem suas atividades laborais. Os escritórios em casa (home office) já estão se tornando comuns em várias localidades espalhadas ao redor do planeta. O crescimento de colaboradores autônomos é uma tendência.
A união de grupo de pessoas que trabalham de forma independente em um ambiente (coworking) tem incentivado o compartilhamento de ideias, experiências e promovido à colaboração de profissionais de segmentos diversificados.
Independente da forma com que o trabalho ocorrerá para cada indivíduo, fica a dica: domine o máximo de tecnologias possíveis que conseguir aprender.
Isto se deve a algo que denominam como Darwinismo Digital. Em outras palavras este termo aborda quesitos de um processo irreversível que estimula o progresso da humanidade por intermédio da tecnologia onde somente os mais aptos conseguirão conservar seus empregos.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D’Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br