Tecnologia é primordial para garantir operações realizadas com criptomoedas
André Prado*
As criptomoedas são definidas como moedas virtuais ou digitais descentralizadas existentes em vários países, inclusive no Brasil. Neste universo a tecnologia é primordial para garantir as operações realizadas com este tipo de moeda.
Várias questões sobre o assunto são debatidas e diversas dúvidas levantadas. Alguns afirmam que as moedas virtuais facilitam a lavagem de dinheiro ou são esquemas de pirâmides financeiras, ou seja, crimes constituídos contra a economia popular. Neste sentido, Bill Gates chegou a afirmar que as criptomoedas são extremamente perigosas para investidores e usuários.
Recentemente a Receita Federal do Brasil adotou medidas para a obtenção de informações relacionadas às operações realizadas com criptoativos. A finalidade desta ação é exigir que as corretoras declarem mensalmente as negociações realizadas por seus clientes.
Desta forma, o órgão fiscalizador realizará cruzamento das informações entregues pelas corretoras com o informe da declaração de Imposto de Renda dos contribuintes. Isto ocorre para tentar inibir transações ilícitas, sonegações, evasão fiscal, omissões e corrupção.
As corretoras que não declararem as informações solicitadas terão de pagar multas. Esta exigência ocorre devido à movimentação do enorme volume de valores neste mercado, sendo que existe a tendência regulatória em diversos países.
É inegável que o investimento em criptoativos pode apresentar riscos significativos. A Pure Bit, uma bolsa de criptomoedas sul coreana, desapareceu após um roubo de milhões de dólares em fundos de seus usuários.
Alguns outros problemas podem ocorrer em relação ao nível de segurança dos sistemas de tecnologia. A companhia canadense MapleChange relatou que um hacker, por meio de uma falha no sistema, roubou criptomoedas que estavam sob sua proteção.
O grupo de hacker Lazarus da Coreia do Norte desviou milhões de dólares em moedas virtuais. Outros hackers norte coreanos são investigados sobre o caso Coincheck que gerou prejuízos de cerca de R$ 1,6 bilhão. Estima-se que grupos maiores sejam capazes de roubar uma considerável quantia mensalmente.
De acordo com a Bloomberg (2018), os investidores de Wall Street passaram a comprar criptoativos após observar o equilíbrio e baixa volatilidade do mercado. Entretanto, estão adquirindo as moedas virtuais às escondidas no mercado de balcão.
A CoinX, uma corretora brasileira de criptomoedas, retém há quase três meses o dinheiro dos seus clientes, mas continua aceitando depósitos. Os investidores temem um golpe, pois após tentarem ressarcimento houve apenas pouquíssimas ocorrências de devolução de pequenos valores.
O judiciário por meio da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) abriu um precedente para as criptomoedas, decidindo que o fechamento de contas correntes de corretoras não se caracteriza abuso de direito. Esta decisão pode vir a afetar o mercado brasileiro de moedas virtuais.
O futuro das criptomoedas
A Agência de Notícias Forbes lançou um site sobre o mercado de criptoativos. O Forbes CryptoMarkets oferece informações sobre as 200 principais criptomoedas do mercado financeiro. Esta poderosa ferramenta visa a esclarecer tendências deste mercado que podem ser úteis aos investidores.
Existem criptoativos capazes de subir surpreendentemente mais de 20% em apenas algumas horas. Este fato estimula investidores e leva este mercado a operar em alta em certas ocasiões. Em alguns casos, os valores podem até ser negociados com ágio e existe até corretoras que negociam com taxa zero dependendo da criptomoeda.
Para atrair negócios e satisfazer clientes, a Huobi, atuante no mercado de moedas virtuais, fez um anúncio sobre a distribuição de 2000 criptomoedas para seus usuários. A corretora afirma participar de um dos mercados mais líquidos para negociações.
Existem universidades americanas arrecadando milhões de dólares em investimentos de fundos de criptomoedas. Estima-se que as universidades dos Estados Unidos da América detenham aproximadamente 550 bilhões de dólares em ativos na modalidade. Entre estas universidades destacam-se Harvard e Yale.
Um estudo desenvolvido pela consultoria ICOs Satis Group teve por pretensão prever como se dará o mercado de moedas virtuais com o passar dos anos. Haverá futuro para certas criptomoedas, mas sabe-se que algumas deixarão de existir. Cabe a cada investidor decidir se vale arriscar ou não neste mercado.