Há exatamente um mês, terminava no Rio de Janeiro a Jornada Mundial da Juventude. Jovens do mundo inteiro estiveram reunidos por seis dias em torno da mensagem do Evangelho, contando ainda com a presença e os ensinamentos do Papa Francisco.
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Passados 30 dias, talvez a grande pergunta seja: a Jornada acabou, e agora? As 3,7 milhões de pessoas que participaram da Missa de Envio assumirão esse compromisso evangelizador?
Em entrevista ao noticias.cancaonova.com, o responsável pelo Setor Juventude da Diocese de Lorena, padre Alessandro Henrique Chagas, disse que vê "um coração inflamado" em todos os jovens que participaram da Jornada. Ele contou que recebe notícias de muitos lugares com propostas de criar grupos de jovens, o que, para ele, já é um dos frutos da JMJ: esse reflorescimento da realidade juvenil na Igreja.
Esse momento pós-JMJ já havia sido pensado. Em abril deste ano, durante a 51ª Assembleia Geral da CNBB, o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, explicou que, desde o início, a ideia era que a Jornada não fosse apenas um evento, mas um trabalho que tivesse olhares para o futuro.
Nesse mesmo sentido, a Comissão Episcopal com os Bispos Referenciais da Juventude nos Regionais teve a ideia de promover um encontro pós-JMJ com as lideranças jovens e adultas de todas as expressões juvenis. O encontro está previsto para dezembro deste ano em Brasília.
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Confira, logo abaixo, íntegra da entrevista com padre Alessandro
noticias.cancaonova.com – O que o senhor percebe de diferente nos jovens que participaram da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro?
Padre Alessandro Henrique Chagas – Havia na Jornada uma expectativa de reavivamento das nossas pastorais e isso eu acredito que realmente aconteceu. Com todos jovens que foram para a Jornada, que fizeram a experiência da Jornada e com quem eu conversei logo após é nítido esse coração inflamado no desejo de evangelizar, de levar a sério a religião católica e a fé em Jesus Cristo. Então eu penso que tudo o que era objetivo aconteceu. Os nossos jovens estão inflamados na graça de Deus.
noticias.cancaonova.com – Em relação ao Papa Francisco: o que o senhor acredita que ele deixou de mais marcante para os jovens?
Padre Alessandro – Primeiro, aquilo que é próprio do ministério petrino: confirmar os irmãos na fé. Eu penso que isso o Papa Francisco fez com propriedade, tanto nos seus gestos, aquilo que a gente pôde acompanhar de acolher os jovens, os idosos e as crianças, quanto nos seus discursos. Confirmar os nossos irmãos naquilo que é fé pura em Jesus Cristo. Cristo é o nosso Salvador, Ele é o Senhor, Ele é o nosso Redentor. Uma segunda coisa que eu achei nos discursos do Papa, aqueles que foram direcionados para a juventude de maneira muito especial: a ousadia de levar os jovens a viverem aquela ousadia própria dos jovens. Quando o Papa Francisco fala “Vocês precisam ser revolucionários” essa é uma expressão forte, que desinstala ou precisa desinstalar aquele que ouve. Se ele chama os jovens a serem revolucionários, ele está chamando os jovens a fazerem a mudança desse mundo mesmo.
noticias.cancaonova.com – Daqui pra frente, em especial na diocese de Lorena, quais são os projetos para dar continuidade a toda essa proposta que a JMJ trouxe para os jovens?
Padre Alessandro – Uma coisa que eu percebi foi que está havendo um reflorescimento naquilo que é a realidade do jovem dentro da Igreja. Eu tenho notícias de muitos lugares onde estão querendo montar grupos de jovens, montar pastorais e organizações nesse sentido. Então eu vejo que isso é um primeiro fruto positivo dessa Jornada Mundial da Juventude. Segundo: como o setor tem um trabalho de articulação das realidades juvenis de uma diocese, então o nosso trabalho já está começando a ser feito nesse sentido. Nós estamos organizando celebrações que sejam em nível de setor pastoral da nossa diocese, nós estamos com um projeto muito bonito para o ano que vem para reunir toda a juventude, que só está precisando de uma aprovação mais efetiva do bispo. Então o setor está se movimentando nesse caminho de não fazer perder a chama que foi reacendida na Jornada Mundial da Juventude e para colocar os jovens também para evangelizar e anunciar a outros jovens que nós temos um Deus que nos ama e que nos quer salvos e que por isso faz de tudo por nós.
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