Referência em ciência e tecnologia, a Universidade Federal de Minas Gerais dá um passo importante no cenário da Inteligência Artificial: liderar uma rede internacional de pesquisa em Inteligência Artificial responsável e sustentável.
Reportagem de Vanessa Anicio e Daniel Camargo
Ela já faz parte do dia a dia do brasileiro nos aplicativos, nas buscas na internet, nos serviços de saúde e até na hora de pedir comida pelo celular. Mas por trás dessa tecnologia, a maioria dos sistemas ainda é desenvolvida fora do Brasil.
“Analisando a inteligência artificial de uma maneira geral, global, já é muito eficiente. Especializando ela aí, especificando para uma inteligência brasileira moldada nos costumes, nas necessidades do brasileiro, com certeza seria algo essencial, muito útil. Estou ansioso esperando “, disse o engenheiro civil, Luiz Sérgio Rocha.
Essa espera está próxima de terminar. É que a Universidade Federal de Minas Gerais está formando uma das maiores redes em inteligência artificial, responsável e sustentável do mundo.
Mais de 80 pesquisadores de 30 instituições brasileiras, além de parceiros internacionais, estão reunidos neste projeto inédito coordenado pela UFMG. “A gente vai fornecer soluções, fornecer modelos que as pessoas possam usar no dia a dia, nas indústrias, no seus trabalhos, um modelo voltado para as questões nacionais, que saiba falar o português de uma maneira melhor. A gente vai divulgar de uma forma mais clara a ciência que está sendo feita em IA no Brasil, de forma que as pessoas entendam, porque a IA traz muitas oportunidades, mas também traz certas questões éticas, questões econômicas”, explicou o coordenador do INCT TILD AIR, Marcos André Gonçalves.
A rede já nasce conectada a instituições internacionais e com apoio de grandes agências brasileiras de pesquisa. O investimento inicial ultrapassa os 9 milhões de reais. “Esses projetos que a gente tem com a Google, com a ANA Health, com outras empresas aqui no nosso departamento, eles trazem pra gente esses recursos necessários pra gente ter um grau de competitividade internacionalmente falando”, apontou o professor e pesquisador em IA, Washington Cunha.
Com foco em tecnologia de ponta e compromisso com a ética e o bem comum, o projeto é mais um passo para colocar o Brasil no mapa mundial da inteligência artificial responsável.
“A gente também tem esse foco, de criar uma uma infraestrutura de IA que seja sustentável, que se preocupe muito com a questão ambiental. E a gente tem que achar o jeito brasileiro de fazer isso. De tal maneira que a gente tem uma preocupação ambiental, uma preocupação ética. Então, o nosso diferencial é esse, achar o jeito brasileiro de fazer a IA”, concluiu Marcos .