"Tempo é Vida". Este é o tema da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos, promovida pelo Ministério da Saúde. E foi justamente a vitória contra o relógio, que mudou o rumo da história de Felipe (2 anos), que no ano passado sofreu uma parada cardíaca. A mãe do menino, Salete da Silva, recebeu a notícia de que Felipe precisaria de um transplante para viver.
O fato de morar no Japão deixou a situação ainda mais complicada, pois o Governo japonês não permite o transplante de coração em crianças. Para voltar ao Brasil, Salete afirma que recebeu ajuda não só dos amigos mas de Deus: "Deus botou muitos anjos na minha vida e mostrou que estava presente comigo".
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No Brasil, Felipe esperou apenas 15 dias para receber um novo coração. A cardiologista responsável pela equipe clínica, Estela Azeka, disse que a explicação para um transplante de coração tão rápido só pode ser um milagre: " A maioria das crianças infelizmente acabam falecendo e não tendo a chance de conseguir um outro orgão. Eu diria que o caso dele foi um milagre". A cirurgia foi considerada um sucesso e 7 meses depois, a vida de Felipe segue sem problemas.
Felipe é um dos 8.365 pacientes transplantados no Brasil só no primeiro semestre desse ano. O número mostra um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, ainda existem 38.500 pessoas na fila à espera de um novo coração.
Esse tipo de cirurgia envolve uma grande equipe médica. O procedimento é minuncioso e o coração saudável só vai bater no outro peito com o consentimento da família de quem sofre morte cerebral. A troca dos órgãos dura pouco mais de uma hora. Segundo o diretor da Unidade Cirurgica Pediátrica do Instituto do Coração em São Paulo (Incor), Miguel Barbero Maciel, são muitas as deficiências que impedem a agilidade no processo de transplantes de coração no Brasil.
A Campanha Nacional de incentivo à Doação de Órgãos começou no dia 25 de setembro e vai até o dia 12 deste mês.
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