Uma função realizada antigamente apenas por homens, mas, graças a autorização do Papa João Paulo II, hoje o trabalho é assumido por muitas mulheres
Da redação, com Arquidiocese RJ
Nesta sexta-feira, 15, a Igreja Católica celebra também a memória litúrgica de São Tarcísio, padroeiro dos coroinhas.
Eles são responsáveis por auxiliar aos sacerdotes durante as Celebrações Eucarísticas. Acólitos, como também são conhecidos, eram exclusivamente homens, mas a partir do documento Sacramento da Redenção (Redemptionis Sacramentum), o Papa João Paulo II autorizou o serviço feminino no altar.
Hoje é comum o número expressivo de coroinhas meninas e em algumas paróquias, superando até os meninos.
“O grupo de coroinhas é uma fonte de vocações e, a partir daí, temos que orientar e trabalhar na formação para que possa ser desenvolvida a abertura ao chamado de Deus”, apontou Dom Roque Costa Souza, bispo auxiliar da arquidiocese do Rio de Janeiro.
Maria Carolina Duarte é coroinha há nove anos na Paróquia Nossa Senhora de Fátima Rainha de Todos os Santos, no Rio de Janeiro. “O interesse surgiu após a primeira comunhão. Como tinha amigos coroinhas, resolvi participar também”, concluiu a jovem. Afirmou ainda que deseja auxiliar na formação das meninas.
Elisa Alves é coroinha há oito anos, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, também no Rio de Janeiro.
“Na paróquia, não havia grupo de coroinhas meninas, e aos nove anos resolvi mandar uma carta para o pároco. Um tempo depois, ele permitiu que o grupo fosse formado”, disse Elisa. A jovem iniciou o serviço de acólito aos quatro anos ao lado da irmã mais velha, que foi coroinha na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no Méier. “Amo estar cada vez mais próxima de Deus, servindo a Ele com alegria”, concluiu a jovem.
Papa Francisco e os coroinhas
No dia 5 deste mês, o Santo Padre participou de um encontro com 50 mil coroinhas de língua alemã na Praça de São Pedro, no Vaticano. Durante o pronunciamento, o Pontífice comentou sobre a importância das crianças e jovens acólitos na Igreja.
“Para falar aos outros de Jesus é preciso conhecê-lo, amá-lo e ter a experiência na oração, na escuta de sua Palavra. Nisso vocês são facilitados pelo serviço litúrgico que prestam, que lhes permite estar próximo de Jesus. Dou-lhes um conselho: o Evangelho que vocês ouvem na liturgia, releiam-no pessoalmente, em silêncio, e apliquem-no à vida de vocês; e com o amor de Cristo, recebido na santa Comunhão, vocês podem colocá-lo em prática. O Senhor chama cada um de vocês a trabalhar em seu campo; chama-os a serem alegres protagonistas de sua Igreja, prontos a comunicar a seus amigos aquilo que Ele lhes comunicou”, concluiu Papa Francisco.
O padroeiro
São Tarcísio foi acólito do Papa Xisto II, servindo ao altar e acompanhando o Santo Padre nas Celebrações Eucarísticas. Tornou-se mártir aos 12 anos ao levar hóstias para cristãos prisioneiros.
Tarcísio foi sepultado junto ao Papa Stefano em Roma. O Papa Paulo I determinou que seu corpo fosse transferido para a Basílica de São Silvestre no Vaticano. Hoje, suas relíquias encontram-se no altar principal da mesma basílica. Por sua fé heroica foi declarado padroeiro dos coroinhas ou acólitos.