DIAGNÓSTICO

Teste rápido é capaz de detectar infarto em oito minutos

Um teste criado por um brasileiro promete revolucionar o diagnóstico de infarto. Ele é capaz de detectar a doença em menos de dez minutos, e a inspiração veio de uma experiência pessoal com o problema.

Reportagem de Aline Imercio e Antônio Matos

Em 2016, quando tinha 25 anos, Raul sentiu fortes dores no peito, procurou o pronto atendimento e recebeu o diagnóstico de infarto. “E foi causado por um evento de estresse. Consegui passar por isso sem nenhuma sequela”, contou o fundador da Cor. Sync, Raul de Macedo. 

Mas para ter o diagnóstico de infarto, Raul precisou esperar por 5 horas para obter os resultados dos exames. Incomodado com isso, ele pensou em quantas pessoas também precisam esperar por esse tempo. Foi aí que ele transformou a sua dor em inovação, criando um dispositivo capaz de detectar a doença em menos de 10 minutos.

Foram 8 anos de estudos com apoio financeiro da Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, a FAPESP. O resultado foi a criação do aparelho que entrega resultados semelhantes aos de laboratório em até 8 minutos. “O exame de troponina cardíaca, que é o biomarcador pro diagnóstico de infarto agudo do miocárdio. Uma gotinha desse sangue é aplicada no nosso sensor, recebe esse sangue, gera uma reação e daí esse cartucho vai dentro de uma máquina que faz a leitura. Essa leitura, ela só pode ser feita por profissionais da saúde”, explicou Raul. 

Hoje, o diagnóstico de infarto já é mais rápido que em 2016, mas ainda pode levar tempo precioso. “A gente tem os tipos de infarto que a gente consegue olhar o eletrocardiograma e já dar um diagnóstico. E tem alguns outros casos que a gente não consegue fechar o diagnóstico apenas pelo elétrico. Nesses outros casos, a gente precisa de exames laboratoriais. Esses exames laboratoriais, o mais popular e conhecido deles hoje em dia, é a troponina cardíaca. E esse exame nos melhores centros do Brasil, isso aí pode levar no mínimo 30 minutos, 1 hora”, declarou o cardiologista, Attilio Galhardo. Por isso, tornar o diagnóstico mais rápido pode evitar sequelas. 

“E quanto mais rápido, menor as potenciais consequências deletérias que o infarto pode causar no coração”. O teste rápido para infarto segue em estudos clínicos para depois ser aprovado na Anvisa e ser colocado no mercado. 

Raul já prevê que o método possa ajudar em outras doenças. “Nós estamos hoje focando na área cardiovascular, mas queremos expandir para a oncologia, né, pro diagnóstico e acompanhamento do tratamento de câncer”, concluiu Raul.

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