“Manifesto do Pezinho” pede urgência na implementação nacional da Triagem Neonatal Ampliada, que pode identificar até 52 doenças ao invés das seis testadas atualmente
Da redação
Nesta quinta-feira, 6, o Brasil celebra mais um Dia Nacional da Triagem Neonatal, um conjunto de ações preventivas responsável por identificar precocemente, já no recém-nascido, diversas doenças congênitas, a tempo de interferir no curso da doença.
Um dos testes realizados é o “Teste do Pezinho”, feito a partir da coleta de gotas de sangue do calcanhar do recém-nascido entre o 3º e o 5º dia de vida do bebê. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente o teste básico que detecta até seis doenças, mas, na rede particular, a avaliação pode identificar até 52 doenças.
Diante disso, mais de 30 associações de pacientes, sociedades médicas e parlamentares se uniram para assinar o “Manifesto do Pezinho”, que será enviado nos próximos dias à ministra da Saúde, Nísia Trindade.
O documento pede urgência na implementação nacional da Triagem Neonatal Ampliada, que aumenta o número de doenças que podem ser identificadas. Três anos após a publicação da Lei 14.154/21, apenas o Distrito Federal já tem a testagem completa e somente 8 dos 26 estados brasileiros iniciaram as fases para a ampliação: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Goiás e Paraíba.
“O Brasil tem cerca de 13 milhões de pessoas com enfermidades raras e muitas delas não tiveram a oportunidade de serem diagnosticadas ao nascer. Existe a necessidade de um processo de escuta ativa do governo e autoridades para que possamos acompanhar e contribuir com o processo de implementação da lei de expansão da triagem. Uma lentidão injustificável, que pode comprometer muitas vidas”, afirma Aline Giuliani, membro do Universo Coletivo AME (Atrofia Muscular Espinhal), que lidera a mobilização em torno do manifesto.