Beatificação

Termina Fase Diocesana do Processo de Beatificação de Dom Luciano Mendes

Missa em Ação de Graças acontece hoje em Mariana (MG)

Denise Claro
Da redação

Termina fase diocesana do processo de beatificação de Dom Luciano Mendes. / Foto: Arquivo CN.

Nesta sexta-feira, 15, será celebrada uma missa em ação de graças em Mariana (MG), às 19h, por ocasião do término da fase diocesana do processo de beatificação de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida.

Segundo Cônego Lauro Sérgio Versiani Barbosa, postulador na fase diocesana, os trabalhos foram concluídos após sete anos do pedido de licença, em 2011.

“O pedido de licença foi necessário porque Dom Luciano faleceu em São Paulo, mas foi bispo de Mariana por muito tempo. Então a diocese mineira pediu ao Arcebispo de SP licença para dar início ao processo de beatificação, o que foi autorizado. Mais de 300 bispos assinaram uma petição à Santa Sé um pedido de licença à Santa Sé para se abrir o processo de beatificação de Dom Luciano. Em 2014 abriu-se a fase diocesana.”

O tribunal eclesiástico da diocese de mariana foi responsável pela investigação a nível diocesano, segundo Cônego Lauro, que explicou que, no processo, mais de 60 testemunhas foram ouvidas, em um processo que contém ao todo mais de seis mil páginas. Haviam, no processo, duas comissões, uma histórica e uma teológica, que analisaram a vida e as obras de Dom Luciano, seus escritos, e os relatos das testemunhas.

“O pedido do processo de beatificação foi motivado pela fama de santidade de Dom Luciano, mas não só isso. Dom Luciano por onde passou sempre deixou uma marca. Esteve 16 anos à frente da CNBB, como secretário geral e como presidente. Foi por 18 anos bispo de Mariana, presença atuante no Celam e nos Sínodos. Foi um homem muito sensível aos pobres. Onde estava, sempre se juntava um grupo de pobres. Era evidente sua experiência com a pessoa de Jesus Cristo. Sempre que chegava a algum lugar, Dom Luciano perguntava: ‘Em que posso ajudar? Em que posso servir?’ Em uma ocasião, em que viveu um acidente, se sentia envergonhado por ter um tratamento diferenciado. Não gostava de ter privilégios, se sentia envergonhado. Um homem que sabia aceitar as provações.”, lembra Cônego Lauro.

Na noite desta sexta feira, 15, após a celebração da Missa em ação de graças, haverá uma sessão pública, com as formalidades canônicas de encerramento da fase diocesana do processo. O envelope com os documentos serão lacrados, e levados posteriormente à Roma, para serem avaliados pela Congregação para a Causa dos Santos.

Quem foi Dom Luciano Mendes Almeida

Dom Luciano Mendes de Almeida foi arcebispo de Mariana de 1988 a 2006, quando faleceu aos 75 anos. O arcebispo, da Companhia de Jesus, foi secretário geral (de 1979 a 1986) e presidente (de 1987 a 1994) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por dois mandatos consecutivos.

De origem fluminense, Dom Luciano nasceu em 5 de outubro de 1930. Doutor em Filosofia, foi membro do Conselho Permanente da CNBB de 1987 até o ano de sua morte. Também atuou na Pontifícia Comissão Justiça e Paz, foi vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e presidente da Comissão Episcopal do Mutirão para a Superação da Miséria e da Fome.

Durante quase duas décadas à frente da Arquidiocese de Mariana (MG), o bispo deu forte impulso pastoral a esta Igreja particular, onde a organizou em cinco Regiões Pastorais. Deu atenção à formação permanente do clero, à realização de assembleias pastorais e à reestruturação de conselhos arquidiocesanos. Também organizou pastorais, religiosos, processos formativos do Seminário Arquidiocesano e obras sociais, além do investimento na capacitação e participação dos leigos e na preservação das Igrejas históricas.

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