O teólogo do Rio de Janeiro, padre Joel Portela, realizou a primeira conferência da 3ª Semana Brasileira de Catequese (SBS), nesta quarta-feira, 7. Ele explicou em detalhes para os participantes do encontro o que significa “mudança de época”, dentro do contexto da catequese, a partir do tema "Desafios do contexto sócio-cultural, religioso e eclesial para a iniciação cristã".
O teólogo passou uma mensagem otimista ao declarar que “mudanças de época são tempos profundamente libertadores”. “Libertam-nos de apegos que já não ajudam na vivência e na transmissão do Evangelho. Libertam o próprio Evangelho da poeira do tempo e de costumes que, algumas vezes, são colocados e mesmo sobrepostos à Boa Nova como se Boa Nova fossem”, disse.
Padre Joel destacou que o termo “mudança de época”, cunhado pela Conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, em Aparecida (SP), em 2007, “revela a radicalidade das mudanças”, que o mundo sofre de forma acelerada, “ainda que em graus distintos de afetação”.
Segundo o teólogo, esta mudança coloca alguns aspectos “em baixa” e outros “em alta”: estão em baixa a instituição, a tradição, o sonho, a utopia, o eterno, a ética. Em contraposição, estão em alta o indivíduo, a novidade, o prazer imediato, o transitório, a estética.
“Importa destacar que não se trata de rejeição de um dos pólos, mas de supervalorização de uma redução na importância do outro”, explica. “Não se está aqui emitindo um juízo de valores sobre um período ou outro. Ninguém pode afirmar que, em termos de evangelização, uma época é melhor que a outra. Elas são diferentes, exigindo de nós assumir a mudança, reconhecer que estamos num ambiente distinto daquele ao qual estávamos acostumados”, acrescenta.
O sacerdote também expica que uma das características da sociedade atual, marcada pelas mudanças, é que não existe mais a chamada “sociedade ou cultura cristã”. “Não vivemos mais no que os estudiosos chamam de cristandade, identificação entre a religião e a cultura, a mentalidade predominante. A mudança de época traz para o centro da cena a figura da secularização, através da qual a dimensão religiosa se desligou das instituições, da tradição e das normas objetivas”, ressalta.
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