A defesa de Michel Temer alegou que, no questionário, “há perguntas verdadeiramente invasivas e, portanto, inoportunas”
Da redação, com Ansa
O presidente Michel Temer se recusou a responder o questionário com mais de 80 perguntas da Polícia Federal sobre uma delação premiada de Joesley Batista, um dos donos da JBS. A defesa ainda pediu o arquivamento do caso.
O prazo final para a entrega das respostas, determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Eleitoral (STF), Edson Fachin, eram às 17h desta sexta-feira, 9. Às 16h30, sua defesa protocolou uma petição com 14 páginas informando as motivações que levaram Temer a não responder os questionamentos.
“Culto Ministro, todas as considerações acima possuem o condão de mostrar as razões que levaram o Sr. Presidente a não responder ao questionário feito. Sem embargo do sentimento de injustiça e do sofrimento pessoal e de seus familiares, permanece pronto a atender quaisquer demandas de Vossa Excelência e do Excelso Supremo Tribunal Federal”, diz um trecho da resposta.
A defesa ainda afirma que “em face da absoluta inanição de elementos probatórios mínimos” das acusações, seja promovido o arquivamento do presente Inquérito, como expressão do ideal de Justiça!”.
O texto, que foi enviado pelo criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, afirma ainda que “o presidente e cidadão Michael Temer está sendo alvo de um rol de abusos e de agressões aos seus direitos individuais e à sua condição de mandatário da Nação que colocam em risco a prevalência do ordenamento jurídico e do próprio Estado Democrático de Direito”.
De acordo com a defesa, o mandatário foi “coadjuvante de uma comédia bufa, encenada por um empresário e criminoso confesso e agora está sendo objeto de uma inquirição invasiva, arrogante, desprovida de respeito e do mínimo de civilidade”.
Em outro ponto do documento entregue a Fachin, os defensores avisam que é “inadmissível” que seja feita uma avaliação “precipitada e maculada por paixões políticas ou ideológicas ou por partidarismos de qualquer espécie” do caso.
A defesa ainda alega que “há perguntas verdadeiramente invasivas e, portanto, inoportunas” e que seriam voltas para a “vida pessoal” de Temer.
Ao informar que o presidente teria mais 72 horas para responder o questionário, o ministro Fachin ressaltou ao mandatário que ele tinha o direito de não responder às perguntas se assim quisesse.
Temer é investigado pelo STF por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa.