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Semana Santa: “Deus não se cansa de perdoar”

Celebramos ontem, 24, o Domingo de Ramos, também chamado de Domingo da Paixão, quando iniciamos a Semana Santa; tempo único durante o ano para parar, contemplar e recomeçar um caminho a exemplo de Jesus.

Eu chamo esta semana de a “grande semana do perdão”. O perdão de todas as nossas falhas, a vida nova conquistada na Paixão, morte e ressurreição do Senhor Jesus.

Estes fatos aconteceram porque temos um Deus que nos ama, que tomou por primeiro a iniciativa de nos resgatar da miséria humana e nos cobrir para sempre com a Sua infinita misericórdia. Por isso é uma semana especial, um tempo que revivemos a cada ano, não como fatos do passado e sim como atualização aqui e agora da presença de Deus que continua salvando a cada um de nós, criaturas feitas a Sua imagem e semelhança.

Ao contemplar o Pai Deus que em seu Filho Jesus nos ama perdoando e nos perdoa amando, nos chama para realizar aqui e agora a mesma realidade do amor perdão entre nós humanos.

Sem merecimento fomos perdoados por um Deus tão humano e próximo de nós. Por que somos tão mesquinhos em negar o perdão ou ficar guardando rancor e raiva de quem com motivos ou não nos feriu em nossos sentimentos?  

Nas nossas relações humanas nunca se deve buscar culpados e sim estabelecer relações verdadeiras, no amor desinteressado, construindo o que nos aproxima e nunca o que nos divide.

Nesta semana os fatos que vamos reviver começam na quinta-feira às 9h30 na Catedral com a missa da benção dos óleos do crisma, do batismo e dos enfermos.  

Na presença de todos os presbíteros, os quais renovam nesta missa os compromissos presbiterais, pois foi na quinta- feira que Jesus instituiu a Eucaristia e o presbiterato.

Esta celebração marca o início de todos os fatos de nossa salvação. À noite, em todas as igrejas, haverá celebração da Ceia do Senhor com o lava pés.

Relembrando aquele gesto e aquelas palavras de Jesus: “Se eu  Mestre e Senhor lavei-vos os pés, vos deveis lavar os pés uns dos outros”.

Naquela memorável noite Jesus deixa a sua presença nas espécies de pão e vinho dizendo: “Isto é meu corpo, isto é meu sangue, fazei isto em memória de mim”.

Na Sexta-feira Santa contemplados a Paixão de Jesus, às 15h na leitura da Paixão e nas orações por toda humanidade. Celebração que não é a missa; aliás, esse é o único dia do ano que não celebramos a missa, mas distribuímos a Eucaristia, consagrada na missa de quinta- feira santa. Sexta-feira Santa é o dia da morte do Senhor, quando derrama do alto da cruz sangue e água, num grito de salvação: “Pai em tuas mãos entrego o meu espírito”.

Contemplamos a cruz, beijamos a cruz, como sinal de nosso resgate, como reconhecimento do imenso amor de Deus em Jesus por todos e cada um de nós. Ninguém como Ele para nos amar tanto e de tal forma.

Sábado da Vigília Pascal, abençoamos o fogo, e acendemos a coluna de cera, simbolizando a luz de Jesus que dissipa as trevas e ilumina a noite do pecado.

Abençoamos a água, vida nova, nascimento para Deus, batismo, banho de regeneração, noite do aleluia, de um grito de vitória que culminará na madrugada de domingo.

Naquela penumbra do terceiro dia, algumas mulheres e três apóstolos são as primeiras testemunhas do túmulo vazio.

A notícia não parou até hoje. Continuamos nós também a proclamar que o Senhor está vivo. O ressuscitado está no meio de nós, caminha conosco, como nos diz o apóstolo Paulo: “Se Cristo não tivesse ressuscitado vazia seria nossa fé”. Essa é a nossa Páscoa, vida nova em Cristo Deus que não se cansa de perdoar.

                

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