Dia Nacional da Saúde e Nutrição é comemorado neste domingo; mãe e nutricionista comentam cuidados com alimentação infantil
Denise Claro
Da redação
Neste domingo, 31, é comemorado o Dia Nacional da Saúde e Nutrição. A data faz parte do calendário oficial do Ministério da Saúde, e tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância de uma boa alimentação e hábitos saudáveis.
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2015, cerca de 56% da população brasileira está acima do peso. A porcentagem equivale a 82 milhões de pessoas que correm o risco de desenvolver um quadro de obesidade, ou que já estão obesas.
Para a nutricionista Flávia Marques, a alimentação saudável e adequada envolve a variedade de grupos alimentares: frutas, hortaliças, grãos, cereais integrais, carnes, gorduras saudáveis (azeites, castanhas, nozes) e com reduzida quantidade de açúcares, frituras e produtos industrializados.
“Na atualidade, a maioria das pessoas tem a vida muito corrida e acabam substituindo suas refeições por preparações que não demandem muito tempo para ficarem prontas, aumentando o consumo de congelados, fast food e alimentos industrializados ricos em conservantes, açúcar e gorduras. O consumo excessivo dessas substâncias está cada vez mais relacionado com problemas de saúde”.
Flávia indica que o caminho para driblar esses desafios está no envolvimento com o preparo da alimentação da família, e na percepção da importância deste cuidado.
“Precisamos estar cada vez mais envolvidos com o preparo da nossa comida. Ir mais às feiras para escolher os ingredientes e cozinhar mais a nossa comida, aprendendo e desenvolvendo receitas que tornem a nossa alimentação mais saudável, nutritiva e prazerosa. É importante também valorizar que as nossas refeições sejam realizadas em um ambiente tranquilo e que cada vez mais possamos partilhar bons momentos à mesa”.
Criatividade na mesa
A especialista lembra que também o cuidado com as crianças é importante. O momento da refeição em casa, e também a escolha do que vai na lancheira para a escola deve ser planejado. Alimentos frescos e in natura devem prevalecer, evitando-se assim os alimentos processados, como doces e guloseimas.
“O ambiente em que a criança se alimenta precisa favorecer as escolhas saudáveis. Sendo assim, a alimentação da família precisa ser variada e nutritiva para que esta se acostume a ter hábitos saudáveis. Envolver as crianças na escolha e preparo dos alimentos, com receitas de fácil preparo é uma maneira de promover esses hábitos. Montar o prato da criança de forma criativa, formando desenhos com os alimentos é uma forma lúdica que pode incentivar a descoberta de novas texturas, sabores e colabora para uma alimentação saudável na infância.”
Izabel Rabelo é mãe de Tiago e Maria, e concorda que a boa alimentação dos filhos vem pelo exemplo. Em casa, Izabel incentiva seus filhos usando a criatividade.
“Tento sempre mostrar a eles que os alimentos são amigos. Coloco nomes nos alimentos como o ‘suco da força’ (beterraba), ‘suco do Hulk’, ou digo ‘filho, vamos comer feijão porque o feijão tem ferro, e você vai dicar forte como o Homem de Ferro’.”
Desde que o filho mais velho foi para a escola, Izabel passou a aplicar também na lancheira esta técnica. Percebeu que os lanches estavam voltando para casa, e como havia participado do período de adaptação na escola, sabia que outros alunos levavam lanches como sucos de caixinha ou biscoito recheado.
“Vi que ou eu dava um jeito, ou meu filho ia se perder no meio dessas coisas também. Fui criando, fazendo desenhos, máscaras, nas frutas. Comecei a fazer ‘banana pirata’, ‘maçã com máscara de herói’… se era festa junina, eu ‘vestia a banana com o tema’ e isso foi tendo resultados. Hoje ele não pede nenhum suco de caixinha.”
Ao ser perguntada sobre as reações dos filhos, Izabel conta feliz que são as melhores possíveis, pois são uma surpresa.
“Eles abrem a lancheira com expectativa. Até os amigos pedem para as mães quando vêem o que o Tiago levou. No aniversário do Tiago ele pediu que eu mandasse ‘bananinhas-pirata’ para todos os amiguinhos, e uma mãe me disse que o filho não comia nada, e a partir daí passou a comer. Além da surpresa que eles têm, é um momento gostoso, e eu através do lanche consigo me fazer presente lá. É uma forma de cuidar dos meus filhos e deles se sentirem amados. A lancheira é uma extensão da nossa casa. É o carinho, o afeto, recebidos através de uma comida”.