Iniciou nesta quinta-feira, 1º de maio, o 2º Congresso Missionário Nacional, organizado pelo Conselho Missionário Nacional (Comina) da CNBB. O evento, que acontece na Basílica de Aparecida (SP), trás como tema "Do Brasil de batizados ao Brasil de discípulos missionários sem fronteiras" e lema "Igreja no Brasil: Escuta, Segue e anuncia". Estão presentes mais de 600 congressistas, em sua maioria, leigos.
O objetivo do encontro, segundo o Conselho, é "assumir a natureza missionária, guiado pelo Espírito, a serviço do Reino, à luz do Documento de Aparecida". Na tarde de ontem, chamado "Dia do caminho", uma Missa deu início ao congresso. O dia de hoje foi intitulado "Dia do encontro". Os congressistas fizeram memória do Concílio Vaticano II e dos Congressos de Medellin e Aparecida.
Durante a manhã, teólogo Padre Agenor Brighenti, falou sobre "A opção pelos pobres e a urgência da missão: 40 anos de Medellín". O Frei destacou a valorização da base laical, na qual o leigo é o sujeito da missão. Com base nos documentos da Igreja, afirmou que os batizados não são, ainda, evangelizados. "Uma ênfase na evangelização é necessária".
Padre Brighenti enfatizou também, fazendo memória a João XXIII, que no serviço ao mundo, é necessária uma Igreja de serviço, que alcança os excluídos: "Deus não quer nos salvar individualmente, mas em comunidade. O novo perfil de santidade é dar a vida para que os outros tenham vida", afirmou, enfatizando o trabalho missionário que urge. E acrescentou: "É preciso avançar para uma ação de evangelização".
Do Brasil de batizados ao Brasil de discípulos missionários sem fronteiras
Em entrevista coletiva à imprensa, o Bispo auxiliar de Curitiba (PR) e presidente da Comissão para a Missão Continental, Dom Sérgio Arthur Baschi, o diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias, Padre Daniel Lagni e a missionária leiga, Aparecida Severo da Silva, explanaram sobre o conteúdo do congresso.
"Este Congresso é uma preparação ao Congresso Missionário Continental que acontecerá em Quito, no Equador de 12 a 17 de agosto. Após a Conferência de Aparecida surgiram grandes formas para realizar a missão. Queremos animar os batizados a se colocarem no mundo, a serviço da evangelização, como sal", afirmou Dom Sérgio.
A missionária leiga, Aparecida Severo da Silva, testemunhando sua missão de 3 anos na Prelazia de Tefé, no Amazonas, afirmou: "É possível assumir nosso batizado e viver sua profundidade".
Para Padre Daniel o missionário não tem fronteiras: "É preciso ser discípulo e ser missionário sem fronteiras. É necessário ampliar visão de missão para diferentes ambientes e diferentes culturas". E ousou: "É preciso abandonar, nos trabalhos missionários, métodos que não funcionam mais".
Dom Sérgio lembrou que não vivemos em um mundo ideal, mas, em um mundo concreto: "E devemos encarar e buscar os métodos para evangelizar nesta realidade".
Amanhã, 3, será o "Dia da Partilha". Domingo, 4, quando se encerra o Congresso, será o "Dia do Envio".