Chuvas

Santa Catarina enfrenta maior tragédia climática de sua história

O governador do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique, afirmou durante coletiva à imprensa, na manhã desta segunda-feira,24, que o estado enfrenta a pior tragédia climática da história catarinense, devido às chuvas fortes e contínuas há mais de 60 dias. Em relato ao secretário nacional de Defesa Civil, Roberto Costa Guimarães, também presente, Luiz Henrique informou que a enchente atinge um universo de mais de 1,5 milhão de pessoas. O Governo Federal colocou à disposição todos os suprimentos necessários.

Para o atendimento emergencial nos mais de 60 municípios atingidos, o Governo do Estado trabalha com todas as equipes de emergência e instituições de governo sob a coordenação do Departamento Estadual de Defesa Civil. Equipes do interior do estado e de cidades que não foram afetas também foram deslocadas para os municípios do Litoral, do Norte e Vale do Itajaí. Além do número de desabrigados e desalojados, que é de cerca de 20 mil pessoas, e do número de mortes, que é de 44, Santa Catarina enfrente problemas no abastecimento de gás, água, energia elétrica, rodovias, e soterramentos, em diversas cidades. Há pessoas desaparecidas e pelo menos quatro municípios isolados.

"É uma crise climática que precisa de união de todos", disse o governador. O governo catarinense já decretou situação de emergência no Estado, visando dar agilidade na sua atuação. A prioridade, conforme Luiz Henrique, é o atendimento aos desabrigados e o resgate das pessoas que estão em áreas de risco. Quando a água descer será feito o levantamento de danos e prejuízos para a busca de recursos junto ao Governo Federal.

O governador já manteve contato o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; com os governadores do Rio Grande do Sul, Ieda Crusius e do Paraná, Roberto Requião; e com os ministros de Saúde, José Gomes Temporão, da Defesa, Nelson Jobim e do Ministério da Integração, Geddel Vieira Lima. Todos foram solidários a Santa Catarina e estão auxiliando nas suas respectivas áreas de atuação. Medicamentos, cestas básicas, colchões, cobertores, travesseiros e materiais de limpeza foram disponibilizados pelo Governo Federal e já estão sendo distribuídos nos municípios afetados.

O apelo do governador Luiz Henrique é para que as pessoas evitem deslocamentos longos e acompanhem a situação das rodovias. O diretor estadual da Defesa Civil, major Márcio Luis Alves, não descarta a ocorrência de novos deslizamentos de terra e possíveis soterramentos, como os ocorridos na BR-101, no Morro dos Cavalos, e na SC-401, próximo a Cacupé, em Florianópolis.

Conforme o secretário de Estado de Infra-estrutura, Romualdo França, o prejuízo da malha viária catarinense pode ser superior a R$ 30 milhões. Para ter a noção exata é preciso fazer a avaliação de todas as rodovias danificadas e das pontes. “Todas as equipes de engenheiros disponíveis já estão fazendo avaliações e o levantamento de possíveis soluções. Um balanço deve ser divulgado pela Secretaria nos próximos dias”, afirma.

O presidente Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGÁS), Ivan César Ranzolin, informou que em virtude do rompimento de uma tubulação da TBG (Transporte de Gasoduto Brasil-Bolívia) o abastecimento de gás foi interrompido nos municípios afetados, desde Guaramirim, no Norte do Estado, até o Rio Grande do Sul. A medida é de segurança, pois novos deslizamentos podem provocar mais rupturas. Postos de combustível já estão sem gás. A prioridade, de acordo com o presidente, é o consumo residencial.

Conforme os meteorologistas da EPAGRI/Ciram, o último registro de chuvas tão intensas na primavera foi em 1997, porém com um volume de chuva menor ao registrado neste ano.

Informações de desalojados, desabrigados, mortes, municípios afetados e rodovias estão sendo atualizadas e divulgadas através do site da Defesa Civil catarinense: www.defesacivil.sc.gov.br.

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