"REDUÇÃO DE DANOS"
("Tolerância zero" ou "é proibido proibir"?)
Você já ouviu falar de "redução de danos"? Se não, é bom começar a se acostumar. Essa é a expressão da moda para se defender de posturas polêmicas e divulgação de informações até então consideradas criminosas.
Por "Redução de danos" se entende a defesa de medidas que venham a minimizar um problema que não se consegue superar.
O melhor exemplo seria o da distribuição de seringas descartáveis para se tentar limitar a propagação do vírus da Aids entre consumidores de drogas. Já que não se consegue fazer o ideal, fazê-los abandonar o vício, então se faz a escolha pelo mal menor: um drogado sem Aids.
Na mesma linha, está sendo distribuído em São Paulo, por ocasião da Parada do Orgulho Gay, panfletos aconselhando o uso de um tipo de papel e não de outro no consumo de cocaína. O texto traz o slogan: "compartilhe a droga, nunca o material a ser usado". Um detalhe: o material vem com o selo do governo federal: "Brasil – Um País de Todos".
A "Redução de danos" justifica até o aborto. Uma ONG de defesa da mulher começa a trazer para o país uma experiência realizada no Uruguai onde, segundo os defensores da prática, sem mudar a lei contrária ao aborto se conseguiu diminuir drasticamente a mortalidade materna. O programa consiste principalmente em divulgar a forma de se fazer um aborto através de um medicamento.
O tema é complexo, difícil mesmo. Os defensores da "redução de danos" perguntariam com certeza: mas se seu filho, mesmo contra sua vontade, fosse por esses caminhos perigosos, você não preferiria que ao menos ele não ficasse exposto a um risco mortal?
Como se consumir drogas, por si só, não fosse mortal. Como se abortar não fosse mortal e meio. Onde estão os panfletos contra o consumo de entorpecentes? Onde eles estão sendo distribuídos? Onde estão as iniciativas de educação? A dúvida não é insana: "redução de danos" ou apologia ao crime? "Tolerância zero" ou "é proibido proibir". O que de fato se quer?