Gleisi Hoffman substitui o ex-presidente Rui Falcão na liderança do PT
Da redação, com Reuters
O PT elegeu neste sábado a senadora Gleisi Hoffman como presidente do partido, em substituição a Rui Falcão, com 367 votos, contra 226 do senador Lindbergh Farias.
Indicada pela corrente Construindo um Novo Brasil, a mesma do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gleisi, que vai comandar o partido pelos próximos dois anos, era a favorita para assumir a direção do partido.
Em seu discurso, Gleisi disse que não iria ficar apontando os erros do PT para que “a burguesia e a direita se aproveitem disso”. “Nós não somos uma organização religiosa, não fazemos profissão de culpa nem tampouco nos açoitamos”, declarou. “Nós reconhecemos nossos erros na prática. Mas não teve, na história de 500 anos de país, governos melhores que os do PT”.
Gleisi é ré no Supremo Tribunal Federal em investigação da operação Lava Jato, acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro por pedir e receber, segundo o Ministério Público, R$ 1 milhão desviados do esquema na Petrobras.
O Congresso, batizado com o nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva, serviu como mais um momento de apoio ao ex-presidente, que tem cinco inquéritos na operação Lava Jato, Neste sábado, Lula teve sua condenação pedida pelo Ministério Público por supostamente ter recebido um apartamento triplex como propina da empreiteira OAS.
Lula fez o último discurso do Congresso.
“Muita gente aposta todo dia que o PT acabou. Mas esse partido volta mais forte a cada ataque que recebe”, disse o ex-presidente.
Lula voltou a atacar os procuradores da Lava Jato. Afirmou que não tem nada contra a Justiça ou o Ministério Público, mas contra as “meninices dos procuradores”.
“O máximo que eles conseguiram até agora foi alguém dizendo ‘eu acho que ele sabia’. Se tudo isso é para evitar que o Lula seja candidato, deviam primeiro perguntar para o PT se o PT vai deixar”, discursou, ouvindo em resposta gritos de “Lula Lá”.
“Eles vão ter que pedir desculpas, se não eu vou continuar encrencando com eles. Só tem um jeito de eles me derrubarem: é um dia vocês, os sindicatos, me disserem que não me querem mais”.
Chegou a se falar que Lula lançaria sua candidatura à presidência neste Congresso, mas isso não aconteceu. Ao contrário, o ex-presidente foi até mesmo mais comedido que em falas anteriores. Afirmou que será “um bom candidato ou um bom cabo eleitoral”.