Atenção estudantes

Psicopedagoga dá dicas para a reta final rumo ao Enem

Ficar estudando até tarde na véspera e ter uma má alimentação pode atrapalhar o estudante, mesmo que ele esteja bem preparado para o Enem

Jéssica Marçal
Da Redação

Estudantes devem fazer o Enem nesse fim de semana / Foto: Arquivo-Agência Brasil

Estudantes devem fazer o Enem nesse fim de semana / Foto: Arquivo-Agência Brasil

Ansiedade à flor da pele nesses dias que antecedem o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que deve ser realizado nesse fim de semana, 5 e 6 de novembro. Para muitos estudantes, foi um ano inteiro de muito estudo para fazer a prova e, assim, tentar garantir o acesso ao ensino superior.

Para quem já estava apreensivo com a prova, as notícias dos últimos dias aumentaram a tensão. Na terça-feira, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o adiamento da prova para 191 mil candidatos em 18 estados e no Distrito Federal, em virtude de ocupação em algumas escolas. Para esses estudantes, a prova foi remarcada para os dias 3 e 4 de dezembro. O Ministério Público Federal do Ceará reagiu e pediu ontem a suspensão do Enem, por entender que há prejuízo para sua isonomia.

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Mas para que o nervosismo não atrapalhe quem se dedicou e se preparou o ano inteiro, a psicopedagoga Quézia Bombonatto dá algumas dicas, que vão desde o ritmo de estudos ideal até a alimentação que se deve ter na véspera e no dia das provas.

Ansiedade

O primeiro passo para controlar a ansiedade, segundo Quézia, é controlar a respiração, ou seja, inspirar e expirar profundamente, e procurar dormir cedo na véspera do exame. Quézia explica que ficar estudando até tarde na véspera não resolve, porque o que não foi aprendido em um ano inteiro de preparação não o será em algumas horas noturnas. Pelo contrário, essa prática pode prejudicar o estudante.

“Cada vez que eu estudo eu começo a pensar ‘ai, eu não estou sabendo!’, porque sempre tem coisas que eu não sei tudo e isso pode aumentar a ansiedade. Não adianta estudar na véspera, à noite, dez horas da noite ficar revendo”.

Trabalhando e descansando a mente

Na quinta e na sexta-feira, por exemplo, pode-se até fazer uma revisão, diz Quézia, mas só a fim de rever conceitos e exercitar a memória. Para ajudar nesse processo de memorização, a psicopedagoga indica, inclusive, algumas atividades que envolvem foco de atenção, como palavra-cruzada e sudoku, pois esse tipo de exercício ajuda a manter a mente ativa e ganhar agilidade.

Outro ponto preponderante segundo Quézia é trabalhar o sentimento de insegurança, uma vez que isso pode prejudicar um ano inteiro de estudos. “Mesmo que tenha tido um preparo cognitivo muito bom, esse sentimento (de insegurança) pode interferir no resultado. Tem que ir confiante, acreditar que, como estudou, terá condições de, na hora, ter a resolução dos problemas”.

Concentração

Na hora de fazer a prova, é importante manter a concentração e, para isso, é preciso controlar a ansiedade. Quézia aconselha os estudantes a resolverem primeiro as questões que acharem mais fáceis, pois isso vai aumentando a confiança, ao passo que as questões mais difíceis tendem a deixar o aluno tenso e inseguro. “Faça uma respiração, dê uma olhada na prova, procure a matéria que tem mais facilidade e comece por ali. Nisso, a pressão começa a diminuir”.

Quézia também ressalta a necessidade do estudante manter o foco em si mesmo e na sua prova, sem se preocupar com os demais, inclusive com relação ao tempo de prova. “Começam a entregar a prova um, dois, três e a pessoa começa a ficar preocupada com o tempo. O tempo do outro é diferente. Às vezes a pessoa entregou porque não fez nada. Não é hora de fazer essa comparação. Se eu começar a me preocupar com o que está fora, o foco da minha atenção está fora da minha prova e isso não vai me ajudar”.

Alimentação

Outro item importante é a boa alimentação. “Se eu comer muito, posso ter sono. Se eu comer pouco, posso ter fome. Então, ter uma alimentação equilibrada que pode dar as condições físicas para ajudar no foco da atenção”.

Para a hora da prova, Quézia indica itens como barra de cereal ou chocolates, pois o doce, de forma geral, dá uma sensação de prazer. Mas cada um precisa saber avaliar suas necessidades. “A alimentação pode ajudar, mas isso varia de pessoa para pessoa. Para algumas, a alimentação acaba sendo um substituto da ansiedade, então fica ansiosa começa a comer. Agora, se o comer está atrapalhando a produção, então não coma. Se para alguns ajuda, ótimo. Então cada um tem que ver o ritmo do seu organismo”.

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