Colônia de férias ou acampamentos estão entre as dicas, que também incluem atividades em família
Thiago Coutinho,
Da Redação
Com a chegada do recesso escolar, aquela costumeira rotina de preparar o café da manhã, almoço, jantar, levar as crianças à escola e ajudar em trabalhos escolares costuma mudar. O que fazer com os dias que ficam mais longos para não deixar as crianças caírem na ociosidade doméstica? A psicopedagoga Walquíria Silva apresenta algumas dicas que podem ser muito úteis neste período de recesso escolar.
Evitar o ócio em casa é uma tarefa difícil. O dia a dia dos pais continua o mesmo, afinal a vida profissional deles segue em frente. “Faz-se necessária uma rotina, pois a ociosidade leva ao uso desenfreado de recursos tecnológicos e contribui para obesidade infantil, além de ser entediante aos pequenos, que estão cheios de disposição para aproveitar as férias”, afirma Walquíria.
A psicopedagoga sugere que atividades que remetam à interação entre pais e outras crianças sejam colocadas em prática neste período de descanso escolar. E se os pais não podem acompanhar as crianças por conta da vida profissional, uma colônia de férias seria uma alternativa. “Colônia de férias ou acampamentos, há muitas ofertas de instituições, clubes, recreadores e escolas, como também cursos de férias como de teatro e circo. Nos horários de folga dos pais, a dica é desenvolver atividades recreativas familiares, como também sessão de filmes e rodas de histórias”, explicou.
As férias também seriam uma época para se colocar em prática um hábito às vezes pouco esquecido pelas crianças: a leitura. E as possibilidades para se criar atividades com um livro são inúmeras: criar um clube do livro em casa, convidando os amigos da escola ou realizar desafios literários. “E ainda há bibliotecas e livrarias que incentivam essas atividades, seria o momento ideal para inserir os pequenos nisto”, reitera a psicopedagoga.
Internet pode, mas com orientação
A tevê e a internet estão presentes no dia a dia das crianças mesmo durante o período escolar. Nas férias, a tendência é que isto aumente. Como lidar com isto sem proibir o acesso total delas a estes meios? De acordo com Walquíria, proibir o acesso é uma medida drástica; o ideal é acompanhar o acesso das crianças junto à internet.
“Conforme orienta o manual de pediatria ‘Saúde da Criança e do Adolescente na Era Digital’, há necessidade de estipular um tempo para uso conforme a idade e dialogar sobre o uso consciente, por isto a construção de uma rotina de férias, estas pequenas e indispensáveis ações, são estratégicas para não haver proibições”, aconselha.
Crise não é desculpa
Toda esta crise econômica pela qual o Brasil vem passando nos últimos tempos tem afetado de diversos modos o consumo diário do brasileiro ― que não raro opta por poupar o máximo possível.
Em se tratando das férias, isto também pode ser um problema. A saída, no entanto, é optar por programas que envolvam a família toda, por exemplo. “As férias escolares são um momento em que a família pode entrar em cena, seja indo a parques públicos, por exemplo, ou socializar com outras crianças, o que favorece experimentações de papéis sociais e o desenvolvimento socioemocional. A construção de brinquedos e jogos com uso de sucata também pode favorecer o desenvolvimento da criatividade”, finalizou.