Especialistas orientam como alcançar a famosa promessa de abandonar o sedentarismo e ter uma vida mais saudável no ano que se inicia
Kelen Galvan
Com colaboração de Jéssica Marçal e André Cunha
Da redação
O ano é novo, mas as promessas nem tanto. Em toda virada de ano, algumas metas são estabelecidas e a maior parte delas envolve saúde: fazer uma dieta, iniciar um exercício físico, adotar hábitos de vida mais saudáveis.
Mas o que deve ser feito para que tais metas sejam colocadas em prática, evitando que voltem a ser promessa na próxima virada de ano?
A psicóloga Elaine Ribeiro explica que estabelecer metas é algo positivo, pois são feitos planos do que se deseja conquistar e dos passos que devem ser adotados para chegar até a meta. Entretanto, muitas pessoas têm dificuldades de cumprir o que planejaram.
Segundo ela, isso acontece, porque, geralmente, as pessoas “esbarram” nas limitações, nas dificuldades que encontram no caminho ou no esforço exigido para segui-lo.
“Algumas pessoas já desistem de cara ou passam a se ‘sabotar’, evitando assim passar pelas dificuldades ou exigências de uma meta”, alerta a psicóloga.
Contudo, Elaine Ribeiro afirma que “a determinação vem com o hábito”. Ela explica que quando a pessoa deseja algo, muitas vezes, precisará deixar outras coisas de lado. Com isso, é possível observar os resultados obtidos e a satisfação pelo alcance das metas. “Com persistência e foco podemos nos tornar pessoas determinadas”.
“Para realizar uma meta é importante decidir exatamente o que se deseja, o que se quer alcançar e, preferencialmente, colocar no papel”, destaca a psicóloga.
Ela explica que um aspecto importante é fazer um planejamento detalhado. “Quando decidir o que quer, coloque metas. Dê prazos a serem cumpridos, faça o passo a passo de tudo o que precisará ser feito (…) Assim, vai ficando mais fácil imaginar os passos e o tempo para a meta”.
Vida saudável
Entre as tantas metas estabelecidas, está, muitas vezes, o abandono do sedentarismo. Mas será que esse é um objetivo fácil de ser colocado em prática?
Para a educadora física Paula Hardt, se a pessoa já tem o intuito de começar uma atividade física e só falta dar o primeiro passo, normalmente ela consegue. Entretanto, ela alerta que é preciso realmente inserir o novo hábito na rotina, caso contrário, a pessoa acaba substituindo o propósito por outros compromissos.
A educadora, que atua como personal trainer, afirma que os primeiros pilares para um projeto de vida saudável são: definir que precisa e quer fazer exercício, colocar isso na agenda com um horário e unir a isso à alimentação. “A alimentação cura muita coisa, alivia muita inflamação; por isso ela ‘casa’ com seu exercício”, destaca Paula.
“Para ter uma vida saudável é preciso esforço e disciplina. Não há fórmulas mágicas”, afirma a nutricionista Michele Barros.
Segundo ela, ter uma alimentação saudável é comer bem e de forma equilibrada, para manter o peso e suprir as necessidades que o corpo possui. “O segredo está em comer todos os tipos de alimentos e evitar os excessos ou a carência de algum grupo alimentar.”
Conheça os grupos alimentares
E para aqueles que exageraram na comida durante as festas natalinas e no Ano Novo, a nutricionista recomenda: retomar a alimentação saudável e a prática de exercícios físicos. “O equilíbrio do organismo não vai ser alterado por um deslize em uma ou outra refeição, mas sim por hábitos cotidianos que incluem o que chamamos de “reeducação alimentar”, ou seja, aprender o que, quanto e como comer”.
Michele destaca ainda que o importante é que as refeições saudáveis predominem sobre as eventuais recaídas.
“Não consegui outra vez”
E se, mesmo com os bons propósitos e dedicação, a pessoa não conseguir ser fiel à sua meta, como lidar com o fracasso?
A psicóloga Elaine Ribeiro afirma que, mais do que necessário, é essencial lidar com a derrota e assumir para si a responsabilidade daquilo que, por falta de ação ou empenho, não foi em frente. “Vale a pena rever o que fizemos e pensar no que deixou de ser feito, quais os passos que dependeram de nós e não foram realizados, se realmente fomos fiéis àquilo que desejávamos”.
E a partir dessa reflexão, direcionar o empenho em novas soluções. “Quando ficamos amarrados no problema, dificilmente abrimos nosso pensamento para outras possibilidades”, alerta.
Segundo ela, é preciso analisar se todas as possibilidades foram exploradas, se a pessoa avaliou tudo aquilo que poderia fazer, se o projeto não era “grandioso” demais, ou seja, se o propósito não era algo muito maior do que seria possível realizar.
“É importante perceber que hábitos são adquiridos aos poucos, então, o processo de fazer um dia, mais um dia, mais um dia, gera, ao final, a conquista desta nova tentativa”, enfatiza a psicóloga.