O testemunho do cristão leigo na sociedade deve acontecer em vários âmbitos como na vida profissional, familiar e política
Luciane Marins e Padre Roger Araújo
Estudo nº 107 da CNBB sobre os leigos, documento citado na entrevista
Na liturgia da Igreja Católica, agosto é o mês dedicado às vocações. A missão dos padres, religiosos, famílias e leigos é recordada em cada domingo. O Canção Nova em Foco desta semana aprofunda o chamado dos leigos, vocação da maioria dos cristãos.
O Professor Antônio Geraldo Aguiar, assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o laicato, explica que o Concílio Vaticano II reafirmou a importância dos leigos na vida da Igreja. “Todos são chamados a realizar a grande missão da Igreja, que é anunciar Jesus Cristo e contribuir na construção do Reino de Deus.”
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Os leigos devem participar das atividades internas da Igreja nos vários ministérios e serviços, conselhos paroquiais, diocesanos e tantas outras formas da vida eclesial. Mas o professor destaca que a tarefa essencial do leigo é testemunhar Cristo na sociedade.
“O Concílio Vaticano II reafirma essa ideia de que a missão principal dos cristãos leigos é atuar na sociedade. Claro que, como já disse, na ação interna da Igreja. Isso também faz parte da sua vocação e missão, mas sua presença deve ser na sociedade de diferentes formas, seja por meio da vida profissional, familiar ou política nos seus diferentes aspectos, associações e sindicatos. É nessa realidade que somos chamados a fazer com que os valores do Evangelho se tornem presente.”
Professor antônio Geraldo Aguiar / Foto: cefep
Em uma sociedade individualista e consumista, que se opõe aos valores do Evangelho, o leigo é chamado a ser sinal dos valores cristãos, complementa o professor.
Ele chama à atenção para a necessidade do engajamento dos leigos na política. Segundo o especialista, essa é uma área em que os cristãos leigos devem atuar, seja no executivo, legislativo, judiciário ou em instâncias menores como conselhos municipais e associações de moradores.
Além da participação no voto, o professor defende que os cristãos leigos sejam candidatos. “Nas várias instâncias de decisão, os cristãos também devem se candidatar para poder ajudar e contribuir na transformação da sociedade. É uma realidade em que não devemos estar fora.”
Professor Aguiar recomenda ainda que os cristãos conversem e estudem sobre a realidade política no país.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil publicou, em junho, a mensagem “Pensando o Brasil: desafios diante das eleições 2014”, documento indicado pelo professor a todos os cristãos.
Na entrevista, professor Aguiar explica ainda como é feito o acompanhamento dos leigos que se engajam na política e como é a integração entre o setor leigos da CNBB com a Conferência.
