Uma pesquisa realizada pelo Procon São Paulo, mostrou que alguns itens utilizados no período de festas juninas têm diferença de quase 300% na capital paulista. Em outras regiões do estado, um produto pode custar até três vezes mais de um local para o outro.
Reportagem de Flavio Rogério e Gilberto Pereira
Milho, amendoim, canjica. Esses são apenas alguns dos itens mais procurados durante as festas juninas. E tem gente que não abre mão de um bom milho cozido nessa época do ano, como a dona Thania. “O preço está muito variado, mas ainda conseguimos encontrar coisas em conta em alguns supermercados. Eu vou, pesquiso em vários lugares, pego o ônibus que é de graça e vou nos supermercados”, contou a advogada, Thania Maria Bento.
Um levantamento do Procon-SP analisou os preços de 66 itens típicos de São João. A maior variação foi no quilo da batata-doce branca: quase 300%. Em um estabelecimento, o quilo sai por 2 reais e 79 centavos; em outro, chega a 10 reais e a 99 centavos. Já entre os produtos embalados, o milho de pipoca de panela com 400 gramas foi 3 reais e 99 centavos em um lugar e 9 reais e 49 em outro.
“Primeiro que o objetivo é mapear, é poder oferecer um panorama pro consumidor de como é que o comércio varejista fixa os seus preços, a política de preços, deles com as suas mercadorias. E a pesquisa, essa especificamente, demonstrou que realmente em alguns itens o percentual de diferença é grande”, explicou o assessor de Ação Regional do Procon-SP, José Renato Raposo Medeiros.
A pesquisa também comparou preços no interior e no litoral do estado, onde as diferenças foram ainda mais expressivas, ultrapassando os 350%. O confeiteiro José Cláudio costuma preparar diversos pratos típicos nessa época e confirma o impacto da variação nos custos. “Quem vai comprar milho agora, tem que ir na feira, porque geralmente os preços são mais em conta. Porque os preços estão um pouquinho altos, mas todo mundo tem que comprar para não passar a festa junina sem comer bolo de milho, essas coisas, cural”, desabafou o confeiteiro, José Claudio Berlarmino.
Os festejos juninos também aumentam o turismo e a economia no Estado de São Paulo. Segundo a Secretaria de Turismo e Viagens, entre junho e agosto, os visitantes devem movimentar mais de 380 milhões de reais nas cidades paulistas. A pesquisa de preços pode ajudar muito nesse período.
“No Brasil a gente não tem uma política de controle de preços. É um princípio da livre iniciativa, liberdade econômica. É por isso que nós, o Procon São Paulo, não só nesse item específico ou essa sazonal de produtos juninos, mas nós temos mensalmente pesquisas comparativas de preço. O consumidor precisa estar realmente assim, conscientizado do quanto é importante ele pesquisar”, concluiu Medeiros.