Reintegração social

Presos têm esperança de "vida nova" com trabalho de associação

Reintegração social e renovação espiritual de pessoas condenadas pela justiça. A iniciativa é da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) de Pouso Alegre, em Minas Gerais. O trabalho trouxe para muitas detentos, a esperança de uma vida nova.

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Hoje é dia de comemoração para Benedito de Souza. Depois de cumprir um ano e meio de pena na APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), ele recebeu liberdade condicional. Durante o tempo em que esteve aqui, sem grades e algemas, ele nunca pensou em fugir.

“Aqui na APAC a gente é tratado pelo amor e as coisas pelo amor são bem melhores. E aqui a gente é preso pela consciência”, disse Benedito.

Robson dos Santos ainda está cumprindo o quinto ano dos 21 a que foi condenado. E ainda nem pensa na vida lá fora. Quer viver cada dia, de forma única e especial.

"Posso dizer de coração bem sincero que eu sinto uma paz muito grande, uma esperança muito grande, de um futuro que está nas mãos de Deus. Minha vida eu coloquei nas mãos de Deus", disse Robson.

Histórias de recuperação como as de Benedito e Robson são comuns na APAC. Tudo graças a um método diferenciado. Através do trabalho na padaria, na criação de animais e diferentes cultivos, os internos são levados a uma experiência profunda de reestruturação. De acordo com o diretor de produção da APAC, Divino Barbosa Soares, não importa quais foram os crimes que
levaram os internos a estarem ali.

“O importante para nós é a caminhada dele a partir do momento em que ele chega na casa. O crime não interessa”, afirma Divino.
 
Aprender uma nova profissão, conviver diariamente neste ambiente de família e reduzir um dia de pena a cada três dias trabalhados. Muito mais que isso. Para os recuperandos desta fazenda
de Pouso Alegre, o trabalho da APAC é sinônimo de reintegração na sociedade e esperança de vida nova.

Foi a esperança de dar uma vida nova aos réus que ela mesma ajudava a condenar, que motivou a promotora Tereza Cristina Barroso a trazer a APAC para Pouso Alegre. Não foi fácil, mas cada sorriso de um jovem recuperado, faz tudo valer a pena.

“Eu me transformei muito também, como profissional, como ser humano, ao me envolver nesse projeto. Eu me considero hoje uma pessoa melhor. Uma pessoa mais feliz", destaca a promotora.

O funcionário voluntário Valdeci Augusto da Silva conta que o projeto apenas segue a risca a lei de execução, que prevê "uma pena com dignidade" para o condenado.

“O condenado perdeu a liberdade, pelo crime que ele cometeu, mas ele não perdeu a dignidade. Então por mais que ele esteja preso, ele tem direito a ter um lugar digno para cumprir a pena", explica Valdeci.

Dignidade é o que Benedito garante que resgatou durante o tempo que ficou na associação. Ele já não reconhece mais a pessoa que há três anos foi condenada por tráfico de drogas. Pronto para a vida nova, ele promete voltar ao presídio. Dessa vez com uma missão diferente.

“Vou voltar para ser voluntário da APAC. Quero passar várias coisas para ajudar para os recuperandos. Eu sei as dificuldades que o recuperando passa. Quero ensinar tudo que aprendi. Principalmente a ter paciência. Paciência é a chave”, conclui Benedito.

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