Encontro aconteceu na capital de Cabo Verde e discutiu a presença dos jovens na Igreja
Da redação, com CNBB
Durante o XIII Encontro de Bispos dos Países Lusófonos (EBPL), realizado entre 27 e 29 de abril, os bispos discutiram, entre outros assuntos, a proposta para uso oficial da Língua Portuguesa nas assembleias gerais dos sínodos bispos ― trata-se da quinta língua mais falada no mundo, por 260 milhões de pessoas. A proposta foi aprovada por unanimidade. Representando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), estiveram presentes os arcebispos de Brasília (DF), Cardeal Sergio da Rocha, presidente da Conferência, e de Salvador (BA), Dom Murilo Krieger, vice-presidente da entidade.
Atualmente, os encontros convocados pelo Papa utilizam apenas Italiano, Inglês, Espanhol, Francês ou Alemão. Até o momento, o Português geralmente era usado em trabalhos de grupos, sobretudo entre os hispânicos.
O tema desta reunião, realizada em Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, e que contou com bispos de sete países de Língua Portuguesa, foi “Os Jovens na Igreja: presença efetiva e transformadora”. A carta final, divulgada após o encontro, aponta reflexões sobre situações e desafios eclesiais com constatações comuns, como em relação ao diálogo, à denúncia da mentalidade individualista e consumista “que contraria perspectivas de futuro para os jovens” e à dificuldade de as famílias “viverem sua vocação cristã”.
A reflexão do tema proposto esteve ligada ao processo de preparação da próxima Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, marcada para outubro e cujo tema é “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
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Além da decisão de propor o uso da língua no Sínodo, a carta final, divulgada após o encontro, aponta as reflexões sobre situações e desafios eclesiais com constatações comuns, como em relação ao diálogo, à denúncia da mentalidade individualista e consumista “que contraria perspectivas de futuro para os jovens” e à dificuldade de as famílias “viverem sua vocação cristã”.
A reflexão do tema proposto esteve ligada ao processo de preparação da próxima Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, marcado para outubro e cujo tema é “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.
Sessão pública
O presidente da CNBB, Cardeal Sergio da Rocha, participou de uma sessão pública do encontro que abordou o tema “Os desafios da Igreja à sociedade”. A intervenção ocorreu na companhia do patriarca de Lisboa e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Dom Manuel Clemente, e do bispo nomeado de Benguela e secretário da Conferência Episcopal de Angola e S. Tomé (Ceast), Dom António Jaca.
“Eis a razão por que a Igreja conta com a contribuição da sociedade, para que seja interpelada e motivada no campo da justiça e da paz. Não basta aquilo que a igreja oferece, ela precisa que também a sociedade se mobilize no campo da dignificação da pessoa humana, da Juventude, da família e do matrimônio e da preservação do meio ambiente (cuidar da casa comum)”, disse Dom Sergio durante o painel.
Visitas e próximo encontro
Os bispos ainda participaram, no decorrer do encontro, de uma audiência na Assembleia Nacional de Cabo Verde com o presidente da casa legislativa e o presidente da República em exercício. Também foram visitados o Instituto Internacional da Língua Portuguesa e a Cidade Velha, Patrimônio Mundial da Humanidade, onde fizeram memória da ação missionária e cultural da Igreja em Cabo Verde.
O próximo encontro de bispos dos países lusófonos será de 16 a 19 de janeiro de 2020, em Guiné-Bissau. O país acolhe como bispo da diocese de Bafatá o brasileiro dom Pedro Carlos Zilli Filho.